Automação é a chave para o crescimento do agronegócio
Por Nilson Modesto, especialista de produto da Mitsubishi Electric
As notícias sobre o setor de agronegócio no Brasil são destaque, com sucessivas quebras de recorde. A produção de grãos na safra 2021/22, por exemplo, segundo levantamento da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), está estimada em 271,2 milhões de toneladas, o que representa um aumento de quase 14,5 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior. Entre 2020/21, o PIB do agronegócio, calculado pelo CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da ESALQ/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), alcançou recordes sucessivos.
E esse é um cenário que precisa ser cada vez mais otimizado. Com base em projeções de padrões de crescimento populacional e consumos de alimentos, a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) estima que a produção agrícola precisará aumentar em pelo menos 70% até 2050 para atender a demanda.
Além disso, segundo a ONU, em 2050, cerca de 70% da população mundial viverá em áreas urbanas, reduzindo o número de mão de obra disponível no campo. Por conta disso, analistas de consultoria McKinsey afirmam que a agricultura digital terá papel fundamental no abastecimento de alimentos.
E como será possível aumentar a produtividade de cada hectare no campo, com melhor aproveitamento dos recursos naturais, ganhar mais eficiência no restante de toda a cadeia produtiva, além de reduzir custos com energia? Automatizando os processos de produção de alimentos.
Do campo à indústria – Automação industrial e robótica são o uso de computadores, sistemas de controle e tecnologia da informação para lidar com processos e máquinas industriais, substituindo o trabalho manual em ambientes hostis, melhorando assim a eficiência, velocidade, qualidade e desempenho. E, no agronegócio, a automação industrial e a robótica estão presentes desde a irrigação no campo até o processamento industrial dos alimentos, passando pelos processos de transporte e armazenamento.
Na irrigação, a automação garante um manejo inteligente e eficiente, economizando tempo, recursos hídricos e aumentando a produtividade, levando em consideração fatores como desnível do terreno; comprimento do pivô; área a ser irrigada; tipo de agricultura; frequência entre outras práticas que influenciam a agricultura.
Já no processamento dos alimentos, a automação leva o processamento de frutas, por exemplo, a um novo patamar. Em uma máquina despolpadeira de fruta, soluções automatizadas otimizam a seleção do tipo de fruta, garantindo maior produtividade, eficiência e aproveitamento. Já na linha de lavagem e seleção de frutas, reduz a perda de alimentos, com maior controle e supervisão, levando a maior produtividade e eficiência.
Os desafios de automatizar todos os processos no agronegócio são significativos, mas os resultados são mais do que compensadores. Na cadeia produtiva da agricultura, a automação industrial tem se tornado cada vez mais presente, proporcionando significativo aumento na produtividade e na eficiência energética, ao mesmo tempo em que reduz o desperdício de alimentos e de matéria prima. Esse é o caminho para atender as demandas dos novos cenários previstos pela FAO e pela ONU, garantindo a segurança alimentar global.
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