Especialistas explicam os benefícios dessa mudança para o consumidor e como isso afeta supermercadistas e varejistas

 

Assim como recomendam muitos nutricionistas, uma boa alimentação não começa quando o alimento chega à mesa, mas sim na análise do rótulo da embalagem. E com intuito de esclarecer para o consumidor, de forma mais clara, as informações nutricionais presentes nos rótulos dos alimentos, entra em vigor a partir do dia nove de outubro um novo padrão de rotulagem de alimentos e bebidas industrializadas, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2020. Agora, as embalagens deverão trazer em seus rótulos, já na parte superior e frontal, o símbolo de lupa, com as informações sobre os altos teores açúcar, gordura e sódio.

A falta de leitura do rótulo leva às pessoas escolherem alimentos que não trazem benefícios para a saúde. “Em tese, a composição já está contida nas informações nutricionais do produto, mas como não temos políticas eficientes ensinando as pessoas a ler o rótulo, precisamos deixar mais explícito o que elas estão consumindo. Os novos rótulos trarão mais clareza para a escolha dos alimentos.”, diz a nutricionista Marianne Fazzi.

Para o economista especializado em gestão de supermercados, atacarejos, hortifrutis e açougues, Leandro Rosadas, a mudança é um pouco mais complexa. “Os supermercadistas precisarão fazer ajustes na parte de processos, além de fazer uma revisão dos produtos que são produzidos dentro do mercado, visando a adequação às novas normas”, diz Rosadas, que também é dono de uma rede com 10 mercados espalhados por cinco estados brasileiros.

Para a nutricionista, a consciência na hora da compra, no que diz respeito à saúde, é superimportante. “Precisamos ensinar mais para as pessoas o que esses nutrientes fazem no organismo humano. Um exemplo é o peito de peru. Comumente, as pessoas o consomem quando estão de dieta, porque acreditam ser um alimento saudável, mas o peito de peru é um alimento ultraprocessado, que leva em sua composição muitos aditivos, corantes, estabilizantes, açúcar e soja”, explica Marianne.

Dentro do novo padrão, há outras exigências, como o rótulo das informações da tabela nutricional, que precisará ter fundo branco e letras pretas. Outra medida importante é a tabela, que receberá mais uma coluna, com informações nutricionais a cada 100g ou 100ml do produto. Agora, as indústrias também terão que identificar os valores de açúcares totais e adicionais, o que vale também para as gorduras totais e adicionais do produto. Já os alimentos produzidos no próprio mercado, passam a ganhar uma etiqueta maior: de 6 cm x 10 cm para 6 cm x 14,5 cm, entre as outras modificações.

A etiqueta que vai nos produtos que são fabricados no mercado, como doces, biscoitos a granel, pães entre outros alimentos, ganhará um tamanho maior e com mais detalhamento de informações. “Teremos mais custo de papel e impressão, já que o tamanho da etiqueta vai mudar, sem falar que um doce confeitado na padaria, ao ganhar um rótulo no meio da embalagem, perde todo o apelo de venda, pois o produto acaba sendo coberto”, explica Rosadas.

Leandro Rosadas é economista e especialista em gestão de supermercados, hortifrutis, atacarejos, padarias e açougues. Formado em economia pela UFRRJ, o carioca já atuou como professor universitário e consultor no mercado de varejo. Hoje, Rosadas é considerado uma das maiores referências entre os especialistas do seu segmento, sendo responsável pela formação em gestão de mais de cinco mil proprietários de supermercados Brasil afora. Leandro também conta com uma rede com mais de 10 supermercados em vários Estados do país.

Marianne Fazzi é nutricionista formada pela Universidade Paulista (UNIP) e há 10 anos atua em consultório de emagrecimento. À frente da Clínica Trivita, desenvolveu o próprio método de emagrecimento, a Nutrição Smart, onde desenha uma estratégia personalizada para cada paciente emagrecer, de acordo com seu perfil comportamental e os sabotadores da dieta de cada um. O método identifica o porquê a pessoa não consegue seguir o plano alimentar e oferece várias soluções práticas, facilitando o resultado do paciente. Além da Trivita, Marianne é pioneira e uma das maiores referências de cursos on-line sobre empreendedorismo e gestão de clínicas e consultórios voltados para nutricionistas, com a Escola de Negócios Amor em Nutrir, tendo assistido mais de 12 mil alunos e mentorados em todos os estados brasileiros e mais 21 países.


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