Após o 21° Congresso Brasileiro do Agronegócio, produtores buscam formas e alternativas para modernizar a sua produção
Quando falamos de importação de tecnologia para o desenvolvimento nacional, pensamos naturalmente em computadores e aparelhos similares e, para isso, existem formas de adquirir bens com isenções de impostos. Porém, muitos ainda não têm o conhecimento que o agronegócio pode se beneficiar muito das mesmas isenções fornecidas pelo Estado. Essas reduções podem variar entre 11,2% e podem chegar até 64% e podem ser uma forma rápida e fácil de modernizar o maquinário agrícola.
A 21ª edição do Congresso Brasileiro do Agronegócio foi realizada na última terça-feira (02/08) e teve como pontos mais debatidos a tecnologia e a sustentabilidade no campo. Porém, o produtor fica preocupado com o valor do investimento, principalmente quando consideramos que muitos dos maquinários e aparelhos necessários não têm produção nacional e, ao mesmo tempo, vivemos em um período em que a nossa moeda, o Real, está desvalorizado em relação ao Dólar.
Porém, como explica Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada em assessoria de comércio exterior, “quando tratamos de tecnologia e você pode pleitear o Ex-Tarifário que são, em resumo, reduções da alíquota do imposto de importação. Desta forma, utilizando essas ferramentas o produtor pode buscar a evolução tecnológica no agronegócio importando e aproveitando as reduções nos valores finais”, explica.
O especialista afirma que a tecnologia pode ser uma aliada constante dos produtores rurais para o desenvolvimento do setor e, ao mesmo tempo, pode ser uma ferramenta para ampliação da sustentabilidade no agro.
“O maquinário agrícola pode ser facilmente importado de forma barata para o agronegócio. Principalmente em casos de produção nacional com foco na exportação futura. Em alguns Estados da federação nós podemos alcançar, até mesmo, uma redução de 64% dos custos, quando tratamos da redução dos impostos estaduais”, afirma o executivo.
No Rio Grande do Sul (RS), por exemplo, há a possibilidade da redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Neste caso, o executivo apresenta um exemplo, mostrando como no RS uma máquina coletora de uvas pode ter uma redução acima dos 50%, passando de R$805.000,00 para R$619.000,00, apenas considerando as isenções. “Com essa redução, você pode utilizar o dinheiro economizado para reinvestir em outros aspectos da sua produção, reduzindo o valor final do produto, tornando a sua mercadoria mais competitiva no mercado”, afirma.
Além disso, Fábio explica que a sustentabilidade realmente é a “bola da vez” nos negócios internacionais. Segundo o executivo, existem mercados que são capazes de pagarem mais por um produto similar que tenha consigo fatores sustentáveis. “Quando pensamos na exportação, de fato há um interesse crescente do mercado externo por produtos sustentáveis”, completa.
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