Sob a sigla SNAG11, o fundo híbrido – com investimentos em ativos imobiliários e em crédito – passa a ser comercializado na Bolsa de Valores
A Boa Safra Sementes e a gestora de investimentos independente Suno Asset lançaram nesta segunda-feira, 8 de agosto, seu primeiro Fiagro, o SNAG11. O fundo híbrido, com ativos imobiliários e de crédito em sua composição, tem rentabilidade-alvo de CDI +3% ao ano, isenção de imposto de renda e ausência de taxa de performance. O produto é resultado de uma oferta restrita que tinha a sementeira como única investidora em sua liquidação. Agora, as cotas serão comercializadas na Bolsa de Valores com foco nos investidores de pessoas físicas que se interessam por ativos vinculados ao agronegócio.
A cerimônia de toque de campainha ocorreu nesta manhã, em São Paulo, e contou com a presença de Marino e Camila Colpo, fundadores da Boa Safra, e outros membros da diretoria e conselho da empresa, além do fundador da Suno, Tiago Reis, do CIO da gestora, Vitor Duarte, e da Head de Produtos Estruturados, Amanda Coura.
Para Marino Colpo, CEO e co-fundador da Boa Safra, o fundo é uma ótima oportunidade para o investidor participar do crescimento da empresa e para aproximar o mercado financeiro do agronegócio brasileiro. “Existe uma vontade nossa de fazer com que esse Fiagro, assim como as ações da Boa Safra (SOJA3), seja popular entre os investidores pessoa física. Quem investir no nosso Fiagro, por exemplo, terá rendimento mensal, entre outros benefícios, então é uma boa oportunidade para quem acredita no nosso negócio e quer participar dele. Esse é mais um passo inovador nas finanças do agronegócio brasileiro, que busca seu lugar no mercado financeiro”, afirma.
Colpo explica que o Brasil teve quatro ondas de investimento no agronegócio. Essa última, que ocorre agora, é a onda de investimento do mercado financeiro, que conta com uma participação expressiva de pessoas físicas. Por meio da compra de ações ou cotas de Fiagros, esse público financia diretamente uma empresa agrícola, sem o intermédio de um banco. Esse movimento mostra um apetite grande do mercado para se aproximar do agro, entendendo o motor que é o setor na economia do Brasil.
Parceira da Boa Safra no SNAG11, a Suno Asset confirma essa tendência. “A chegada desse Fiagro na Bolsa é um marco para a Suno Asset. Primeiro, porque acreditamos no potencial do produto que estamos lançando. O Brasil é uma potência agrícola, com posição geográfica e condições climáticas favoráveis para o plantio de soja, commodity em que se concentra o fundo. Segundo, pela inovação que ele representa para o mercado: ao lançarmos um Fiagro híbrido, reforçamos nosso comprometimento em apresentar para investidores comuns caminhos alternativos, mais completos que Fiagros unicamente de crédito”, comenta Duarte.
“O Fiagro está em sintonia com nossa proposta de oferecer aos investidores pessoas físicas, que são a maioria dos nossos acionistas, uma forma de diversificar seu portfólio com ativos com rendimentos mensais, tendo o conforto do rigoroso processo de crédito da Boa Safra com uma carteira que, historicamente, não apresenta inadimplência. A Boa Safra será a garantidora do pagamento mensal dos rendimentos e de 10% do principal, dando um conforto duplo aos investidores”, completa Felipe Marques, CFO da Boa Safra.
A participação no Fiagro significa que a Boa Safra tem potencial de reduzir seu working capital, pois grande parte das sementes que é vendida a prazo terá venda antecipada pelo fundo. Essa é uma nova maneira de permitir que os investidores brasileiros aportem recursos no agronegócio com mais facilidade e participem ativamente do setor, que é responsável por quase 30% do PIB, mas ainda tem uma representação tímida na B3.
Distribuição da renda – O fundo tem um montante inicial de R$ 150 milhões, sendo R$ 125 milhões aplicados em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e R$ 25 milhões no arrendamento de terras. Com este valor, foram adquiridas duas propriedades no Mato Grosso. A primeira, em Sorriso, com área total de 90.000 m², e a segunda em Primavera do Leste, com 293.000 m². A Boa Safra se encarregará de fazer melhorias nas propriedades, implementando suas unidades de beneficiamento (UBS) e centros de distribuição (CD).
Já o montante aplicado em CRA tem como lastro os recebíveis de soja e sementes com foco em Revendas e produtores agrícolas. Dada a sua estrutura, o fundo terá rendimento mensal, com fluxo proveniente do arrendamento das terras agrícolas e dos recebíveis da Boa Safra. A Suno, como gestora, se encarrega das tomadas de decisão e administração do montante, além de prestar contas aos cotistas com relatórios gerenciais detalhados.
Informações sobre o SNAG11
- Gestão: Ativa
- Preço Inicial das cotas: R$100
- Tipo e prazo do Fundo: Condomínio fechado com prazo indeterminado.
- Taxa de administração: 0,91% a.a (0,8% de gestão + 0,11% de adm).
- Taxa de performance: não há.
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