Insumos biológicos: aplicação em sulco garante bons resultados, mas requer cuidados
Por Marcio Domingos, engenheiro agrônomo e gerente nacional de vendas da Novozymes BioAg.
Manejo adequado proporciona maior sobrevivência dos agentes microbianos que ajudam na absorção de nutrientes pelas plantas
O uso de insumos biológicos é uma solução que tem ganhado espaço nas lavouras brasileiras nos últimos anos. Este crescimento aconteceu devido à busca por uma agricultura mais produtiva, de menor impacto ambiental. Uma técnica de aplicação, em específico, que tem caído no gosto do produtor, é a inoculação no sulco de plantio. Quando devidamente aplicada, ela proporciona mais eficiência no que diz respeito à sobrevivência dos agentes biológicos e também ajuda as plantas a expressarem melhor o seu potencial genético.
A inoculação no sulco de plantio tem apresentado bons resultados de germinação, isso porque o método permite que o inoculante também atue como uma camada protetora para a semente. Porém, o método de aplicação no sulco requer alguns cuidados para manter a sobrevivência das bactérias benéficas.
O primeiro deles é o teste de compatibilidade entre os inoculantes e o defensivo que será aplicado, mesmo que alguns ingredientes ativos dos químicos sejam compatíveis, outros componentes da formulação podem causar incompatibilidade e maior mortalidade das bactérias. A literatura apresenta compatibilidades diferentes para formulações distintas. A compatibilidade pode, inclusive, variar em lotes do mesmo produto.
Neste contexto, a aplicação separada do inoculante via sulco retira a preocupação com a compatibilidade entre inoculantes e defensivos, uma vez que entrarão em contato somente depois do plantio, quando a bactéria Bradyrhizobium sp., ou simplesmente o rizóbio, já estiver no seu ambiente preferido, ou seja, no solo e na planta.
Um dos principais benefícios da aplicação via sulco é manter viva a maior quantidade de rizóbios possível, o que evita o contato das bactérias com os defensivos químicos e com os micronutrientes aplicados no tratamento de semente, além de reduzir o tempo de exposição aos raios solares, o que pode ocasionar mortalidade das bactérias via raios UV. Este aumento da população de rizóbios na área tende a elevar o número de nódulos e a torná-los maiores, o que eleva ainda mais o rendimento da lavoura.
A inoculação via sulco tende a dar melhor resposta em ambientes mais hostis e restritivos do que a inoculação via tratamento de sementes, de maneira geral; não porque a aplicação via sulco consegue “entregar” uma população maior de rizóbio. Vale lembrar que sempre que houver stress para a planta de soja, seja por excesso ou falta de água, nutriente, insolação ou profundidade de plantio inadequada, por exemplo, a inoculação e a fixação biológica de nitrogênio serão as primeiras prejudicadas. Neste contexto, a aplicação via sulco tende a entregar mais bactérias vivas ao solo.
Manejo adequado – Alguns cuidados devem ser seguidos para que os insumos biológicos tenham uma alta taxa de sobrevivência. O principal deles está na operação. É muito importante que não sejam feitas misturas de produtos químicos com os inoculantes no tanque de aplicação via sulco. Parece óbvio, mas se queremos evitar a mortalidade do rizóbio por problemas de incompatibilidade, então devemos separar as coisas. É recomendada a aplicação apenas do inoculante via sulco, e o restante dos insumos somente via tratamento da semente.
Outro ponto fundamental para uma boa inoculação via sulco está relacionado ao processo de aplicação propriamente dito. A homogeneidade de cobertura do sulco e a quantidade de bactérias no sistema precisam ser observados. A aplicação de, no mínimo, 50 litros de calda (água mais inoculante) por hectare e, no mínimo 6 doses de inoculante por hectare, garantem uma boa cobertura do inoculante ao longo de todo o sulco de plantio.
É recomendada também a utilização de um tanque próprio para esse fim. Reservatórios construídos para aplicação de inoculante no sulco são equipados com isolante térmico, redução da exposição de raios solares ou homogeneizador, fatores importantes para manutenção da qualidade do inoculante e da calda durante todo o processo. Ainda que o equipamento seja adequado, a calda não deve ser utilizada de um dia para o outro, e sim deve ser reinoculada a cada novo dia de trabalho.
Para a safra 22/23 a Novozymes traz para o mercado uma novidade: o Optimize Sulco. Essa novidade pode ser aplicado sozinho na calda ou em conjunto com outros produtos, o que é menos indicado. Além das bactérias de alta qualidade e sobrevivência, esta solução tem genisteína precursora da molécula de LCO, uma molécula biológica que funciona como sinalizadora do processo de reconhecimento entre as bactérias de Bradyrhizobium sp. e as plantas de soja. Sua existência melhora o desempenho não só do inoculante, mas também da própria planta, pois atua no crescimento das radicelas (raízes secundárias), o que favorece o desenvolvimento de toda a raiz durante o ciclo do cultivo.
O desempenho dos inoculantes da Novozymes é globalmente reconhecido. Isso acontece principalmente pela qualidade com que é produzido. Temos histórico de dados com mais de 30 anos de avaliação, da cepa atual e de suas versões anteriores, que mostram a eficiência deste produto nesta modalidade de aplicação.
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