Projeto Brazil. The Coffee Nation, da ApexBrasil com BSCA, promove internacionalmente a produção de cerca de 250 produtores, entre indústrias e cooperativas. Suas exportações já somam US$ 1,19 bilhão nos primeiros meses de 2022
Tomar café é um hábito em culturas de todo o mundo. É como um ritual em torno do qual as pessoas organizam suas rotinas e o bebem ainda como forma de socialização — o clássico convite para um café, para encontro informal e descontraído. Seus apreciadores são cada vez mais criteriosos, crescendo assim o segmento de cafés especiais, que têm grãos 100% do tipo arábica ou robusta e passam por rígidas avaliações. O Brasil, maior produtor do café tradicional, é peça-chave no mercado internacional: as exportações de cafés especiais geram ao país cerca de US$ 3 bilhões por ano.
Para fortalecer a presença internacional da produção brasileira, que destina 85% para exportações, é realizada uma série de ações comerciais e de posicionamento de marca através do Programa Setorial Brazil. The Coffee Nation, com cerca de 250 indústrias e cooperativas, desenvolvido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).
“A parceria é de extrema importância principalmente em função dos estudos de mercado e diagnósticos de Inteligência da ApexBrasil, que nos permitem ter segurança sobre oportunidades e riscos de mercado. Os resultados são muito positivos. Em 2020, a receita em exportações das 247 empresas que participam do projeto setorial foi de US$ 1,8 bilhão. Em 2021, saltamos para US$ 2,9 bilhões. Para esse ano, a previsão é ainda melhor, porque até março as exportações somaram US$ 1,2 bilhão e os eventos internacionais estão sendo retomados”, destaca o diretor da BSCA, Vinícius Estrela.
O convênio entre as duas instituições é renovado desde 2010 e, no âmbito do projeto setorial, são elaborados planos de trabalho com duração de dois anos. As ações executadas incluem campeonatos nacionais para avaliar a qualidade da cadeia produtiva e garantir padrões de qualidade dos cafés especiais brasileiros, como a Nacional do Cup of Excellence – Brazil, e estandes brasileiros em feiras internacionais, como na Specialty Coffee Expo 2022, em Boston, nos Estados Unidos.
Na feira, cerca de 27 empreendimentos do Projeto Setorial participaram e a ação rendeu US$ 18,5 milhões em negócios presencialmente. Nos próximos 12 meses, se confirmadas as expectativas, devem ser gerados mais US$ 147,608 milhões.
“O tradicional café brasileiro já é reconhecido no exterior. Somos o maior produtor e exportador do mundo e um dos principais exportadores. Os cafés especiais agregam valor às nossas exportações e nossas ações, com a BSCA, têm sido bem sucedidas, visto que as exportações do segmento são crescentes. Isso se deve à qualidade que temos. Os cafés especiais brasileiros, mais do que sabor, contêm história, sustentabilidade e certificações diversas que reafirmam isso”, explica a analista da gerência de Agronegócios da ApexBrasil, Rafaella Paulinelli.
O Brazil, The Coffee Nation promove a exportação de café verde e de café torrado. Os destinos trabalhados, conforme Rafaella, variam de acordo com o tipo. Para o verde, as ações estão segmentadas para 11 mercados, como Austrália, Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Japão e China. Já para o café especial torrado, os focos são Estados Unidos, Chile e China.
Garantia de Qualidade – As certificações e a garantia de rastreabilidade e responsabilidade ambiental e social é cada vez mais uma exigência dos consumidores. O diretor financeiro da Cooperativa dos Produtores de Café especial de Boa Esperança, João Paulo Pinheiro, observa isso na prática, com a dinâmica de vendas da própria cooperativa.
“A cooperativa foi fundada em 2009 e contava com 48 produtores. Hoje, somos 230. Todo nosso sucesso baseia-se principalmente nos critérios de qualidade e certificações que temos. Todos contamos com a certificação Fair Trade e, desde 2015 já temos parte da produção com certificado de produção orgânica. Isso faz toda diferença na busca dos compradores internacionais. Exportamos entre 70 e 80% do que produzimos para EUA, Canadá, Alemanha e outros países da Europa, e a expectativa é de chegar a mais mercados”, diz Pinheiro.
A certificação Fair Trade mencionada diz respeito à garantia de comércio justo, isto é, de que a produção contribui para o desenvolvimento sustentável e proporciona melhores condições de troca e a garantia dos direitos para produtores e trabalhadores marginalizados. Justamente pela importância dos certificados para venda internacional, a BSCA desenvolve ainda outros, como: o Boas Práticas, para membros com até 200 hectares que não possuem uma certificação socioambiental, mas que se enquadram nas exigências da BSCA; o Fazenda Certificada, para membros com certificação de sustentabilidade ou socioambiental e o qualidade no Blend, que é a certificação de qualidade do café para atender à demanda de blends (mesclas) de café de exportadoras, cooperativas e indústrias.
Promoção da Cadeia Produtiva – Não é só no escopo do Brazil. The Coffee Nation que ApexBrasil e BSCA promovem os cafés especiais. Dado o sucesso da parceria, o a Gerência de Agronegócios da ApexBrasil a amplia cada vez mais para ações integradas a eventos de diferentes segmentos que a agência organiza no exterior.
“Trabalhamos com a promoção de toda a cadeia produtiva. Isto é, não só para vender o produto lá fora, mas para dar visibilidade a nossos profissionais e ao modo de elaboração brasileiro. O que mais diferencia os cafés especiais do tradicional é a experiência, então, é fundamental trabalhar a qualidade do produto com a experiência que proporciona agregado ao posicionamento da brasilidade, da marca do Brasil”, diz Estrela.
Exemplo disso, foi o Bar Experience, dentro da exposição Casa Brasil Nova York, ação para o setor de móveis e decoração. A proposta da ApexBrasil foi a de organizar um espaço com a gastronomia brasileira e a degustação de diferentes produtos que são relevantes para a agenda exportadora do agronegócio. Com apoio da BSCA, entres os produtos exibidos estiveram os cafés especiais, para promover, sobretudo, a experiência do consumidor.
BSCA – A associação foi criada em 1991 por 12 produtores, para valorizar a qualidade dos cafés especiais produzidos no Brasil. Sem fins lucrativos, busca estimular um processo de produção mais aprimorado e sustentável, além de difundir o comércio desses grãos dentro e fora do país.
Além disso, a BSCA é uma das representantes brasileiras nos conselhos da SCAA (Specialty Coffee Association of America), a Associação de Cafés Especiais da América, principal organização que estimula a produção o consumo de grãos especiais pelo mundo.
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A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e de Investimentos (ApexBrasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos, apoiando atualmente cerca de 15 mil empresas em 80 setores da economia brasileira. Também já atendeu mais de 1,3 mil investidores e mais de 118 projetos no valor de US$ 23 bilhões em investimentos anunciados no Brasil.
O portfólio de serviços da agência vai desde a preparação de inteligência de dados de mercado para conectar o investidor a autoridades de alto nível, oferecendo soluções para diversos setores da economia. A Agência faz parte do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, por meio do qual conta com mais de 120 escritórios no mundo, e trabalha em estreita colaboração com outros ministérios, órgãos reguladores e entidades de classe.
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