Atendido pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) Regional Bragança Paulista, produtor rural do município de Socorro adota nebulização para proteger tomates e ensacamento das mudas de café, com bons resultados
O produtor rural Marcelo Oraggio cultiva tomate e café em sua pequena propriedade no bairro dos Marianos, no município de Socorro, região da Serra da Mantiqueira, conhecida por suas temperaturas mais amenas ao longo de todo ano e pela incidência de geadas nos meses de inverno.
Depois de perder parte de sua colheita de tomates pelos danos das geadas de 2021, Marcelo passou a adotar algumas ações para minimizar os prejuízos causados pela intempérie. Para evitar as perdas, ele tem investido em ações para proteger sua lavoura das geadas.“Cultivo tomate variedade italiana tipo mesa há 12 anos. Plantava outras culturas, mas vimos que a lavoura de tomate era a que dava melhor rendimento. O tempo estava indo bem, mas, no ano passado, com a chegada da geada, fizemos o que sabíamos, mas não deu muito resultado. Fizemos queima com pó de serra, entre outras, mas a previsão era de mais frio. Perdemos quatro mil caixas de tomate no ponto de colheita”, conta.
Marcelo procurou a orientação da CATI e uma das intervenções recomendadas foi a nebulização dos tomateiros. Esse processo já utilizado para a aspersão do “fumacê”, no combate à dengue, e para a aplicação de alguns defensivos, em campo, tem sido utilizado em lavouras e cria uma “capa” que protege a planta da ação do frio. A nebulização é feita com óleo mineral e não interfere na qualidade do alimento para o consumo.
“Conversando com técnicos da CATI, sugeriram que poderíamos testar o uso do termonebulizador. Foi meio no susto, no ano passado, mas foi o que evitou a perda de toda a lavoura”, completa.
Preparado para esse ano, Marcelo já tem tomado ações de prevenção aos danos, como a nebulização. “Temos essa roça de 15 mil pés, pretendemos salvar tudo, e outra, de outra variedade, que também receberá a nebulização”, celebra.
O produtor também cultiva café. Na propriedade da família de Marcelo, a solução encontrada para proteger a plantação foi cobrir as mudas de três meses com sacos de papel.
“Nosso plantio de café, este ano, está recém-feito. As mudas estão pequenas. Optamos por ensacar e ‘botamos fé’ que dará certo”, acredita.
Vem frio e geada por aí: como proteger mudas e plantas? – A região de Socorro, onde a propriedade rural de Marcelo se instala, é predominantemente marcada pela cafeicultura, olericultura, fruticultura. São muito presentes no município os cultivos de tomate, folhosas, pimentão, banana, abacate e café.
Rodrigo Binoti, chefe da Casa da Agricultura de Socorro, explica que o principal impacto do frio são as ocorrências de geadas na região, cujos danos causados por geada ocorrem devido ao congelamento dos tecidos e dos líquidos internos das plantas, podendo afetar apenas parte delas ou causar a morte das plantas nas culturas do café e hortaliças, muito sensíveis a essa condição climática, sendo a geada o fenômeno mais grave na região.
Os produtores, apreensivos com alertas de geadas, têm buscado a orientação da CATI e o conhecimento sobre as alternativas para reduzir os efeitos de uma eventual geada. São diversas as alternativas, de acordo com o agrônomo, tais como a nebulização, quando possível, e práticas culturais, como a permanência da lavoura em solo limpo e pulverizações foliares.
“O sucesso das estratégias e práticas diversas depende de vários fatores. Orientamos muitas práticas. A nebulização é uma delas. Nebulizadores portáteis podem ser utilizados com muito sucesso de acordo com cultura, topografia e condições da propriedade. Ainda existe o uso do pó de serragem. Recomendamos, em muitos casos, a pulverização de adubos foliares, como potássio; o uso do silício; produtos à base de cobre, entre outros, a proteção de mudas com ensacamento e, até mesmo, enterrar as mudas de café, por alguns dias, até passar o período crítico de geada, para que a planta suporte”, elenca e completa: “Ainda mais nos dias atuais, com o custo dos insumos, com os altos custos da produção, vale a pena usar práticas, não isoladamente, mas associadas”.
Para cada cultura e região, diferentes medidas são estudadas para mitigar os prejuízos do frio e da geada.
A CATI recomenda que produtores rurais busquem a assistência nas Casas da Agricultura de suas cidades e a orientação dos técnicos para se preparar para as ações antes, durante e depois do frio e das geadas em suas propriedades.
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Por Bárbara Beraquet (Mtb 37.454)
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo