Com volume que chega a 66 milhões de quilos de uva, levemente superior ao registrado no histórico ano de 2020. Matéria-prima apresentou média de 1,6 grau Brix a mais em relação à última vindima. Destaque ficou para as variedades viníferas como as brancas Chardonnay e Riesling Itálico e as tintas Pinot Noir, Merlot e Cabernet Sauvignon
O que parecia difícil de acontecer na mesma década acabou se confirmando com o término da colheita na Vinícola Aurora. Depois de um período de dúvidas que permeava a safra 2022 em função da estiagem que ainda acomete o Estado do Rio Grande do Sul e a Serra Gaúcha, a natureza, mais uma vez, demonstra toda a sua capacidade de recuperação. Aliada à tecnologia e a assistência técnica contínua junto ao produtor, a vindima deste ano entrega mais uma safra de excelência na maior cooperativa vinícola brasileira.
O volume chegou aos 66 milhões de quilos, um pouco acima ao registrado na safra das safras de 2020 e cerca de 27% menor em relação ao ano passado – que foi histórico pelo recorde de 91 milhões de quilos. Segundo projeções estaduais, a colheita na Aurora representará, aproximadamente, 12% da safra gaúcha (leia mais abaixo).
O enólogo-chefe da Vinícola Aurora, Flavio Zilio, classificou como excelente o grau glucométrico médio da uva nesta colheita, que é o índice que mensura a quantidade de açúcar em graus Brix. Segundo ele, todas as variedades tintas e brancas apresentaram nível de excelente de maturação, com uma média de quase 2 graus Brix a mais em relação à safra 2021.
“Seria injusto citar uma ou outra variedade como destaque, já que a qualidade de todas elas se apresentou de forma muito positiva. Nas tintas destaco a maturação fenólica que permitirá a extração de taninos em um nível muito bom para a elaboração de grandes vinhos. Já nos brancos, a sanidade da fruta foi algo que chamou muito a nossa atenção, tanto nas cultivares mais precoces como as tardias”, garante.
O enólogo valorizou a ocorrência de mais uma safra de excelente qualidade na mesma década. Zilio afirma que a tecnologia empregada na viticultura, o acompanhamento do corpo técnico em todas os ciclos da videira e as condições climáticas tem sido fundamental para a evolução da produção na cooperativa.
“São fatores que nos levam a crer que teremos grandes vinhos no mercado, frutos de mais uma safra histórica”, comemora.
Uma safra surpreendente – O coordenador Agrícola da Vinícola Aurora, Maurício Bonafé, lembrou que no início da colheita a preocupação com a seca fez com que os prognósticos acerca da safra deste ano fossem mais modestos. Entretanto, segundo ele, o trabalho preventivo que é realizado ao longo de todo o ciclo vegetativo citado por Zilio e o incentivo à irrigação por parte da empresa ajudaram a reduzir o impacto da estiagem.
“A melhor ferramenta para buscar formas de evitar possíveis situações adversas do clima, como é a que estamos passando constantemente, é a informação e como podemos minimizar o impacto de uma estiagem prolongada. A Aurora, junto com seu corpo técnico, busca todos os anos profissionais para falar sobre a situação do clima antes mesmo do início da brotação da videira. Com isso é possível antever as previsões climáticas e instruir os nossos associados da melhor forma”, explica o agrônomo.
Bonafé detalha que é feita a recomendação e o acompanhamento de plantio de espécies vegetais para cobertura verde sob as parreiras, adubações, podas e demais manejos que limitem os prejuízos.
“Quanto à irrigação, estamos indicando para muitos associados, mas a definição de instalação ou não está atrelada à disponibilidade de água em quantidade adequada na propriedade. A maioria das instituições bancárias são parceiras para financiamento, onde o projeto pode ser realizado pela Emater, com o auxílio dos agrônomos da própria cooperativa. Atualmente, cerca de 10% dos cooperados possuem sistema de irrigação”, estima o coordenador Agrícola da Aurora.
Cuidados no campo – Mesmo com a ajuda do clima para a incidência de mais uma safra que pode ser considerada histórica, vem do trabalho de assistência técnica aos cooperados as condições que permitiram a ótima qualidade da matéria-prima. Uma das ações é a análise das gemas das videiras, onde é possível identificar e prever itens como a sanidade dos cachos e volume que deverá ser produzido no próximo ciclo.
“Costumamos dizer que assim que termina uma safra já iniciamos o trabalho pensando na próxima colheita. Este estudo que fizemos das gemas nos dá uma previsibilidade maior quanto ao tipo de poda que deve ser feita e até mesmo produtividade de cada cacho. Nós simulamos em laboratório o ciclo completo da videira, que nos permite fazer esse levantamento das condições da próxima safra”, explica o agrônomo Bonafé.
O coordenador Agrícola da Vinícola Aurora também cita as pesquisas que são realizadas com variedades alternativas, sempre com o objetivo de levar novidades aos consumidores e extrair o potencial máximo de cada umas das microrregiões abrangidas pela cooperativa.
Volume representa 12% da safra gaúcha – A safra 2022 no Rio Grande do Sul deverá fechar com volume entre 600 e 650 milhões de quilos. Isso significa que a Aurora responde por, aproximadamente, 12% do total de uvas colhidas para processamento no Estado.
A produção da Vinícola Aurora foi realizada em 2,8 mil hectares de vinhedos de associados, localizados em 11 municípios da Serra Gaúcha – todos em um raio de 50 quilômetros das três unidades industriais da empresa, em Bento Gonçalves –, além dos 17,5 hectares de plantados na área da empresa em Pinto Bandeira.
Das 60 variedades produzidas pelos cooperados da Aurora, as primeiras uvas recebidas foram a Chardonnay e a Pinot Noir e as mais tardias foram as Moscatos, as Cabernets Sauvignon e Franc e a BRS Carmen.
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