Agritech Silver Hops, com forte vocação em inovação, fecha parceria com projeto Fazenda Santa Catarina da Ambev para pesquisas no cultivo e beneficiamento de lúpulo 100% brasileiro.

Fazenda de inovação fica na região de Ribeirão Preto e cultiva 9 tipos de lúpulo. Parceria com projeto Santa Catarina, da Ambev, promete fomentar ainda mais a produção nacional do insumo cervejeiro. © Divulgação

A produção de lúpulo brasileiro ganhou um reforço de peso no mês de outubro. A agritech Silver Hops, implantada na Fazenda Pratinha, na região de Ribeirão Preto, fechou uma parceria com o projeto de fomento à cultura do lúpulo, Fazenda Santa Catarina, liderado pelo centro de inovações da Ambev. O propósito é ampliar a produção de lúpulo genuinamente brasileiro e criar insights em pesquisa e desenvolvimento à iniciativa da Ambev.

A Silver Hops nasceu para implementar soluções de alta tecnologia no cultivo de lúpulo e colaborar para o desenvolvimento da produção interna do insumo. O trabalho feito por lá atraiu a atenção do projeto Santa Catarina, que já possui uma fazenda experimental em Lages – SC, e estimula a agricultura familiar e gerando opção de renda para pequenos produtores. A expectativa é que, com a união destas duas frentes, sejam criadas novas possibilidades para o lúpulo nacional em outros estados.
Parceria viabiliza lúpulo genuinamente brasileiro – Em 2020, quase 100% do lúpulo utilizado pelas cervejarias brasileiras foram importados, seguindo a oferta de mercado para grandes fábricas e artesanais. Hoje, o projeto Fazenda Santa Catarina vê uma possibilidade de transformar este cenário.

“Não temos a pretensão de trazer autossuficiência em lúpulo para o Brasil por enquanto, mas mostrar que é possível o cultivo com qualidade, tecnologia de ponta e responsabilidade social junto às famílias produtoras”, explica o gestor da iniciativa e consultor de projetos especiais da Ambev, Felipe Sommer.

O propósito também é visto com otimismo por José Virgílio Braghetto Neto, responsável pela Silver Hops e integrante do ecossistema de inovação da Ambev, através do BHL (Bev Hack Lab), que é focado em projetos disruptivos. “Nosso papel será complementar o trabalho que já está sendo feito com a agricultura familiar através do olhar da pesquisa e da inovação. Com estas duas frentes, poderemos gerar transformações importantes na cadeia de produção cervejeira e, por que não, no agronegócio responsável brasileiro”.
Próximos passos – Segundo Sommer, o projeto deverá seguir um calendário de ações, incluindo o próximo desafio que é a regulamentação da produção de lúpulo no Brasil como um todo. O foco é desenvolver a primeira fábrica de lúpulo brasileira com apoio da Fazenda Pratinha, produtores e universidades.

“Teremos um caminho parecido com o que a uva percorreu, a soja irrompeu há mais de 30 anos. Sabemos que o agro é o grande motor brasileiro”, diz, afirmando que, apesar de o alcance da produção nacional de lúpulo ainda ser pequeno, existe um potencial enorme.

 

Cerveja com lúpulo nacional já é realidade – Em agosto de 2021, um passo foi dado à verticalização da cadeia cervejeira. A Lohn Bier lançou a primeira cerveja totalmente brasileira, a Toda Nossa, uma “brazilian pale ale”, com lúpulo, cevada e leveduras 100% nacionais, especificamente, de Santa Catarina.

A cevada foi plantada no oeste e malteada em Blumenau, o lúpulo veio dos produtores da serra e a levedura foi isolada por pesquisadores parceiros (Yeast Hunters) a partir de uma planta nativa do litoral.

Além da Toda Nossa, a Lohn Bier produz regularmente a Green Belly, a primeira cerveja em escala industrial produzida com lúpulos nacionais. A Colorado também utilizou o lúpulo brasileiro em sua recente Hop Lager da Linha Brasil com S, que também leva tapioca.

Silver Hops Agritech

A agritech Silver Hops está localizada na Fazenda Pratinha, na região de Ribeirão Preto no interior de São Paulo, e tem cerca de 1,5 hectare destinado ao cultivo de 9 variedades de lúpulo em caráter experimental e mais 3,5 hectares reservados para uma expansão futura. Estão sendo feitos testes diversos com adaptações ao solo, clima e condições naturais do local. Além do desafio de investir em uma espécie forasteira, o trabalho na fazenda baseia-se em inovações tecnológicas da produção. A propriedade se transformou em um verdadeiro laboratório de inovações com processos automatizados de irrigação, o monitoramento é feito com drones programados e com capacidade de captação de imagens em espectroscopia, fertirrigação de precisão e iluminação especial que são comandadas por aplicativos. Na fazenda também existe uma unidade beneficiadora, que peletiza o lúpulo, deixando-o pronto para comercialização.


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