A implantação de pastagens é uma prática fundamental para o sucesso da pecuária. Para ajudar o produtor, respondemos algumas das dúvidas mais frequentes.
Por onde começar o planejamento? – O planejamento deve ser feito com antecedência, pois uma série de fatores estão envolvidos: a escolha da espécie/cultivar que melhor se adequa ao sistema de produção e atenda ao seu objetivo, sempre dando preferência às sementes de empresas idôneas, com garantia de origem e qualidade; o estudo detalhado da área e das condições ambientais; a coleta de solo para análise; a aquisição dos insumos necessários (calcário, gesso, adubo e sementes) e a realização de operações (preparo da área) prévias à semeadura.
Como escolher a forrageira ideal? – Antes de escolher a forrageira ideal o produtor deve se perguntar: Qual meta procuro alcançar? Qual a demanda por alimento dentro da fazenda (seja cria, recria, engorda)? Como é a distribuição da produção forrageira durante o ano? Quais as condições ambientais da região? Como está a saúde e a fertilidade do solo?
Assim, a melhor escolha é aquela capaz de atender todos os critérios acima de forma satisfatória.
Recomenda-se sempre planejar e trabalhar as questões de fertilidade e correção do solo para cultivares de maior potencial produtivo. Além disso, deve-se realizar manejo adequado, evitando o subpastejo ou o superpastejo erros de manejo que afetem a capacidade de suporte das pastagens.
Posso misturar direto as sementes com adubo potássico e nitrogenado? – Não é recomendável, porque pode haver perda de qualidade da semente. Os adubos nitrogenados podem produzir algum composto volátil que poderá intoxicar a sementes (queima da semente).
Outro ponto de atenção seria com relação à distribuição. A semente e o adubo/fertilizante têm densidades diferentes, isso pode ocasionar segregação dentro do implemento e poderá promover má distribuição das sementes.
Contudo, se essa prática for extremamente necessária, recomenda-se não deixar a semente em contato com adubo por muito tempo. E buscar implementos que sirvam como alternativas, para fazer duas operações simultâneas.
Quais são os pontos fortes e fracos dos diferentes métodos de semeadura? – O mais praticado e usual é o método de semeadura a lanço. O principal benefício é a facilidade operacional e a familiaridade com o equipamento, já o ponto negativo é a menor precisão da semeadura.
Caso não haja impedimento por conta da estrutura ou topografia da fazenda, pode-se optar pelo plantio em linha, que possui diversos benefícios. Uma vantagem é que possibilita trabalhar com taxa de semeadura até 10% menor, uma vez que, garante-se que praticamente 100% das sementes estarão enterradas na profundidade adequada, em contato com o solo e protegidas de insetos e pássaros.
Outra vantagem é a possibilidade de posicionar o adubo perto da semente sem deixá-los juntos, ajudando assim as plantas a alcançar esses adubos/nutrientes com mais facilidade quando começarem a se desenvolver. O ponto negativo é que muitas vezes o produtor não tem a plantadeira em linhas ou não sabe como utilizar por conta das regulagens.
Apenas o peso rolo de pneus será suficiente para compactar o solo após a distribuição da semente? – Atualmente é muito comum a utilização da grade niveladora leve e fechada e do rolo compactador. O que não pode acontecer é realização da semeadura sem nenhum tipo de recobrimento da semente.
A recomendação da Barenbrug é sempre incorporar a semente ao solo, isso melhora a emergência de plântulas e aumenta a chance de estabelecimento da cultura.
Essa é uma operação que precisa ser bem executada, para que a semente não fique muito profunda. A incorporação aumenta o contato da semente com o solo e garante melhor estabelecimento, pois permite a captação da umidade de forma mais uniforme, e por consequência, maior eficiência na germinação.
Posso plantar a semente antes da chuva começar? – Não é recomendado. Muitos produtores ainda têm o hábito de plantar e esperar chover para que a semente seja incorporada ao solo. Essa prática não é a ideal, pois deixa a semente em um ambiente totalmente exposto a todas as intempéries (altas temperaturas, ataques de insetos, pássaros dentre outros).
O ideal é esperar a época de águas, em uma situação de acúmulo de chuva de aproximadamente 100mm – desde que a previsão de chuva continue.
Porém, se por questões de maquinário e mão de obra for necessário plantar antes dessa época, é preciso muito cuidado, pois existe o risco da primeira chuva deslocar as sementes, ou mesmo a ocorrência de um veranico, que pode matar as plântulas recém-emergidas. Se for extremamente necessário, recomenda-se o plantio em linha, pois diminui esta exposição.
Quando sei que posso realizar o primeiro pastejo? – É importante que a planta esteja bem enraizada, para que não aconteça o arranquio durante o primeiro pastejo. Por esse motivo é essencial realizar essa desfolha com animais menores e mais leves. O objetivo é fazer um pastejo mais leve, para que os animais consumam apenas as pontas das folhas e estimulem o perfilhamento da planta.
O primeiro pastejo sempre deve ocorrer antes que a forrageira comece a florescer. Existem algumas práticas indicadas para saber o momento do primeiro pastejo, como por exemplo: fazer a simulação de pastejo a campo, para saber se essas plantas estão bem enraizadas para suportar a desfolha. Nessa simulação percorre-se em zig-zag pela área e simula-se o pastejo arrancando as folhas com a mão, se as plantas não estiverem sendo arrancadas, tem-se o ponto ideal.
Em que época do ano ocorrem mais pragas e plantas invasoras nas pastagens, como combater esse desafio? – Durante o período das águas quando temos umidade e temperaturas mais favoráveis, é quando ocorrem maiores incidências de pragas e doenças.
É preciso atenção com os estágios de desenvolvimento das plantas. Devemos observar o estágio inicial de estabelecimento, visto que podem ocorrer ataques de formigas, lagartas e cigarrinhas, dependendo do cultivar e da região.
Apesar da grande maioria das pragas se proliferarem na época das chuvas, não podemos esquecer das secas. As plantas invasoras se dão bem nas secas, já estão adaptadas. É preciso muito cuidado com elas nessa época. O controle tanto mecânico, quanto com uso de herbicidas devem ser realizados.
O percevejo castanho tem se tornado um problema muito sério na época das secas, pois suga as raízes e não é possível localizá-lo. Se a pastagem não está bem estabelecida, com trato cultural bem-feito, o percevejo castanho degrada o pasto, mas os resultados só serão vistos na época das águas, geralmente em reboleiras dentro do pasto. Por isso, precisamos nos atentar as pragas o ano todo, não apenas em uma época.
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ASCOM Barenbrug do Brasil