Instituto realiza webinar para discutir o uso sustentável do Aruana, que ganha cada vez mais espaço entre os produtores
Resultados preliminares de pesquisas desenvolvidas pelo Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, mostram que o uso do capim Aruana em consórcio com a soja aumentou a massa seca do grão e reduziu a incidência de plantas daninhas em 55% em relação à soja solteira. No caso o milho, o uso do capim Aruana no consórcio reduziu a incidência de daninhas em 47% e aumentou a produtividade do grão em três sacas por hectare em relação ao milho solteiro obtendo também maior produção do que o milho consorciado com a Brachiaria ruziziensis, considerada padrão de uso nesses consórcios, segundo a pesquisadora do IZ, Karina Batista. Os resultados mostram que o Aruana, desenvolvido pelo Instituto em 1989, é uma excelente opção para o cultivo em sistemas integrados de produção no Brasil.
Esses resultados, assim como atualizações no uso do capim Aruana serão discutidos durante o webinar “Uso Sustentável de Capim Aruana em Sistemas de Produção Animal”, que será realizado em 03 de dezembro, às 9h, pelo Youtube da Fundag.
De acordo com pesquisadores do IZ, o aumento da área de sistemas integrados no Brasil tem demandado a busca por alternativas de produtos e processos de produção para essas áreas.
Além de se mostrar interessante para uso em sistemas integrados de produção de animais e grãos, o Aruana também se apresentou uma alternativa de gramíneas forrageiras para uso em integração com florestas “Ele tem média tolerância ao sombreamento e tem sido utilizado em áreas de sistema silvipastoril com ótimos resultados de produção animal em integração com diversas espécies de árvores como eucalipto, acácia-negra, canafistula, louro, dentre outras”, afirma Cristina Maria Pacheco Barbosa, pesquisadora do IZ.
IZ agrupa novas informações sobre Aruana e entrega pacote tecnológico ao setor produtivo – O capim Aruana foi lançado pelo IZ na década de 80, porém, ao longo de todos esses anos as pesquisas continuaram e atualizações sobre o uso dessa gramínea foram sendo transferidas ao setor produtivo. A forrageira tem seu uso consolidado para produção de ovinos, caprinos e equinos sendo um capim produtivo, com alto valor nutritivo e de fácil consumo pelos animais. Também está sendo utilizado por bovinos com excelente desempenho animal, de acordo com os pesquisadores.
“Porém, ainda faltam informações para aprimorar o manejo de pastejo deste capim bem como seu uso em sistemas integrados de produção. As tecnologias geradas pelo IZ e transferidas aos técnicos e produtores rurais irão possibilitar um ganho expressivo de produtividade animal e maior perenidade dos pastos”, afirma Luciana Gerdes, pesquisadora do IZ.
Atualmente, o Instituto agrupou as mais recentes tecnologias geradas e agora transferirá todo esse conhecimento a técnicos e produtores rurais, buscando subsidiar maiores produções de forragem e animal mantendo a sustentabilidade das pastagens.
“As tecnologias geradas pelo Instituto de Zootecnia e instituições parceiras sobre capim Aruana chegam ao produtor rural e impactam positivamente a produção de forragem dos pastos, desempenho animal e sustentabilidade das pastagens reduzindo problemas de degradação e aumentando a produtividade do sistema”, explica Cristina.
As atualizações e recomendações de uso de pastagens são levadas pelo IZ ao produtor rural por meio de manuais, boletins técnicos, artigos, dias de campo e visitas técnicas.
De acordo com as pesquisadoras do IZ, recentemente foram publicados artigos em tradicionais revistas científicas pela equipe de cientistas do Instituto sobre o manejo do capim Aruana com importantes informações sobre esse cultivar quanto à altura de entrada em pastos sob lotação rotacionada e consorcio com leguminosas forrageiras. Além desses artigos, projetos de pesquisa financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) estão sendo desenvolvidos no Instituto com foco no capim Aruana, em consórcio com leguminosas forrageiras sob pastejo e outros em integração com lavouras de milho e soja e os resultados vão subsidiar novas recomendações de uso desse capim.
Entregas tecnológicas – A disponibilização dessas tecnologias ao setor produtivo consiste em mais uma entrega tecnológica do IZ. Até 2022, os seis Institutos e 11 Polos Regionais de pesquisa ligados à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) entregarão ao setor produtivo 200 tecnologias nas áreas de agricultura, zootecnia, pesca e aquicultura, sanidade, processamento de alimentos e indicadores econômicos. A meta é disponibilizar 50 soluções tecnológicas em 2021.
Data: 03/dezembro/2021 | Horário: 9h | Transmissão: Youtube da Fundag
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Por Fernanda Domiciano, Assessoria de Imprensa – APTA
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo