Tecnologia permite a tomada de decisões para maior produtividade e economia. Próximo passo devem ser máquinas agrícolas totalmente autônomas.

 

Os profissionais do campo sempre tomaram as suas decisões com base em dados. Primeiro, eram aqueles coletados pela própria experiência e observação; depois, com a introdução de ferramentas básicas, como os pluviômetros. Hoje, com a transformação digital, tecnologias de ponta passam a fazer um controle completo das mais diversas métricas, consolidando a era do Big Data, com otimização das operações e automatização do campo.

“O Big Data vem como um sucessor do Business Intelligence, o BI, que utilizava diversos dados internos de uma empresa para gerar insights. Só que isso era em um volume limitado, como em uma planilha de Excel. De uns seis anos para cá, pudemos integrar muito mais métricas, incluindo variáveis de fora da empresa”, comenta Alexandre de Alencar, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da divisão de Agricultura da Hexagon, que desenvolve soluções digitais para o campo.

Três fatores são essenciais para o fortalecimento dessa tendência: a velocidade altíssima, garantida pelos grandes provedores em nuvem; a variedade de informações, que estão cada vez mais acessíveis; e o volume gigante de dados, garantido pelo aumento de sensores e tecnologias. “O Big Data basicamente consiste na coleta, organização e análise dessa grande quantidade de métricas para que se cheguem a padrões e relações que ajudem na elaboração de ações estratégicas”, resume Alencar.

No agronegócio, a tecnologia foi acompanhando o aumento da mecanização das atividades, que permitiu a instalação de computadores de bordo nas máquinas agrícolas. “Esses computadores possuem sensores que registram centenas de informações a cada segundo, desde as mais simples, sobre a velocidade da máquina ou o seu nível de combustível, até as mais complexas, fluxos hidráulicos, acionamento de controles e leitura de sensores”, explica o diretor de P&D. Tudo isso vai direto para bases remotas em nuvem, onde os dados ainda podem ser cruzados com outras variáveis do ambiente agrícola.

 

Da previsibilidade à automação: as vantagens do Big Data – Um dos principais benefícios do Big Data hoje é a previsibilidade, que permite a tomada de decisões mais assertivas e,  indiretamente, traz um aumento da produtividade e da eficiência  das lavouras.

“Imagine que, no meio de um processo agrícola, uma das colhedoras quebra. O trator e o reboque que a acompanham também irão parar, assim como os seus operadores, que ficarão sem trabalhar até a chegada do mecânico – o que pode demorar, se a máquina estiver no meio do campo. Todo esse tempo e recurso é desperdiçado, e acaba gerando um efeito cascata nos dias seguintes”, comenta Alencar.

Com o Big Data, é feito um monitoramento constante da situação das máquinas, o que resulta em uma previsão sobre a necessidade de manutenção. Assim, basta programar a atividade com antecedência, efetuando uma parada mais curta ou mesmo alocando máquinas reservas na data prevista.

A tecnologia também permite monitorar a condição do solo, variações na temperatura, índices de umidade, velocidade do vento, entre outros aspectos, auxiliando em escolhas bem específicas,  como a profundidade ideal de sulcação e plantio ou a aplicação de uma determinada dosagem de herbicida em parte da plantação. As técnicas trazem como resultados a redução no desperdício de insumos, mais qualidade na produção e, consequentemente, um aumento nos lucros.

Atualmente, a divisão de agricultura da Hexagon já oferece um portfólio de produtos com Big Data. “Temos soluções diversas aplicando esse tipo de tecnologia, indo desde a manutenção preditiva de equipamentos até a orientação de condução das máquinas, para que o operador execute as atividades de forma mais eficiente, tanto em termos da qualidade do trabalho como também com economia de combustível”, comenta o diretor de P&D.

A empresa também já oferece uma solução com piloto automático, que é a base para o próximo avanço tecnológico da agricultura: máquinas totalmente autônomas. “Com certeza, o futuro do Big Data está na linha da automação. Para que uma máquina autônoma não cometa erros e nem provoque acidentes, ela precisa desse volume imenso de informações vindas de sensores, que se transformam em decisões com apoio de outra tecnologia, o Machine Learning”.

Para Alexandre, o que falta para acelerar ainda mais o Big Data no país é a comunicação no campo. “O percentual de cobertura no campo brasileiro hoje ainda é baixo, muito diferente da realidade dos Estados Unidos e da Europa, por exemplo. Esse é um dos grandes desafios para se viabilizar essa tecnologia nos próximos anos, e assim conseguirmos colher os resultados que dela se espera”, comenta.

A divisão de Agricultura da Hexagon fornece tecnologias que convertem os dados em informações inteligentes que permitem planejamento otimizado, execução eficiente, controles de máquina precisos e fluxos de trabalho automatizados que melhoram as operações e aumentam os lucros. A Hexagon,líder global em soluções autônomas de sensores e softwares, tem cerca de 21 mil funcionários em 50 países e vendas líquidas de aproximadamente 3,8 bilhões de euros.

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