Opinião: intercooperação mostra ao Brasil o caminho do sucesso

Por Auke Dijkstra Neto

 

Auke Dijkstra Neto, gerente de Marketing da Unium © Divulgação

“A dificuldade é um severo instrutor.” A frase do filósofo irlandês Edmund Burke, que se referiu à Revolução Francesa, pode parecer banal e até um pouco “batida” para a realidade imediatista e tecnológica do século XXI. Mas, se a pandemia nos deu boas e duras lições, o aforismo de Burke nunca esteve tão atual para o momento de reavaliação de nossas vidas pessoais e profissionais.

A maior crise sanitária e humanitária de nossa geração trouxe barreiras para a Era da Comunicação sem limites e empecilhos nunca antes vividos por indivíduos que – por comodidade ou inaptidão – decidiram se enclausurar e não buscar no “outro” a solução para seus problemas. Nisso, a intercooperação já nos mostrava, há décadas, o caminho para o sucesso, com seu modelo organizacional baseado em pessoas e na ajuda mútua, que trabalham em torno dos interesses em comum.

Vejamos o exemplo das cooperativas paranaenses Frísia, Capal e Castrolanda. Separadamente, as três não possuíam tamanho nem produção em escala para conseguir resultados nacionalmente. Com a criação da Unium, marca institucional que representa a intercooperação das companhias, hoje, unidas, as três são o segundo maior produtor de leite do país, com crescimento de 3,3% na produção em plena pandemia, totalizando 1,3 bilhão de litros de leite inseridos no mercado.

Mas, quais são os motivos desses números expressivos? Além da forte industrialização que surgiu com o nascimento da Unium em 2017, outros fatores também ajudaram no sucesso do projeto. O investimento em tecnologias, espaço maior no mercado, produtividade e valor agregado maior, assim como a qualidade já reconhecida dos produtos e uma estrutura de governança própria, constituída por um comitê misto, que auxilia na tomada de decisões e na unidade da gestão. Não foi fácil chegar até aqui, mas o caminho estava traçado desde a concepção.

Cada cooperativa faz o seu trabalho de casa ao oferecer insumos, serviços e lojas agropecuárias para seus associados. Mas a parte industrial é feita em conjunto, sem que a identidade de cada cooperativa seja perdida ao longo do caminho. Além disso, outros projetos em segmentos estratégicos da Unium também têm ganhado espaço e, muito em breve, devem auxiliar econômica e socialmente a região em que estão inseridos, ao gerar empregos e oportunidades nos Campos Gerais paranaenses.

Esses e muitos outros que não cabem em um artigo, são apenas alguns dos aprendizados que o setor de intercooperação pode oferecer à sociedade como um todo. Temos os exemplos e os caminhos para mostrar que a união faz, sim, a força, sem nenhum medo de cair no lugar-comum. Se a pandemia nos trouxe adversidades, conseguir superá-la nos mostrou que o caminho que percorremos até aqui foi acertado, mesmo com algumas pedras encontradas pela estrada.

Marca institucional das indústrias das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, a Unium representa os projetos em que as cooperativas paranaenses atuam em parceria. Conta com três marcas de lácteos: Naturalle – com produtos livres de aditivos -, Colônia Holandesa e Colaso. No setor de grãos, a Unium tem a marca Herança Holandesa – farinha de trigo produzida em uma unidade totalmente adequada à ISO 22000, com elevados padrões de exigência.
Além disso, fazem parte dos negócios a Alegra, indústria de alimentos derivados da carne suína, e a Energik, usina de produção de energia sustentável, todas reconhecidas pela qualidade e excelência.

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