Programa da MSD Saúde Animal forma vaqueiros em todo o país com o uso de técnicas de humanização e de baixo estresse para lidar com o gado
Já foi o tempo em que o manejo do gado era feito de forma abrupta e com ferramentas que lhes causavam dor e estresse. Hoje, pecuaristas já sabem que a interação entre o vaqueiro e o boi é determinante tanto para a imunidade do animal, quanto para a qualidade do produto vendido no supermercado. Cada vez mais consciente, o consumidor também está atento às boas práticas de produção daquilo que leva à mesa. Começa, portanto, a se desenhar um novo modelo nas relações e no entendimento de que o bem-estar humano anda lado a lado com o bem-estar animal e a sustentabilidade.
No campo, os avanços estabelecidos nas relações de consumo e de produção permitiram novas formas de manejo dos rebanhos. O vaqueiro se transformou em um cuidador de gado, melhorando sua relação com os animais e aumentando a sua própria segurança no dia a dia. E esta é uma das premissas do Criando Conexões, lançado em 2015 pela MSD Saúde Animal. Em seis anos, o programa global da companhia e pioneiro habilitou mais de 6 mil vaqueiros em todo o país com mais de 6 milhões de animais manejados. Conta hoje com 50 colaboradores preparados para difundir a técnica em todo o Brasil.
O Criando Conexões dá o tom sobre a importância do manejo consciente e adequado do gado, e se utiliza da técnica de baixo estresse, desenvolvida nos EUA onde é conhecida como “stockmanship” e que carinhosamente foi chamada no Brasil como “manejo nada nas mãos”. “A iniciativa avalia o instinto e o comportamento do animal, melhorando a relação entre o vaqueiro e o bovino, bem como o ambiente de trabalho da fazenda e, consequentemente, aumentando a capacidade produtiva dos rebanhos”, explica o Engenheiro Agrônomo Antony Luenenberg, coordenador Técnico de bem-estar animal, da MSD Saúde Animal.
Segundo Antony, muito se fala sobre a individualização do cuidado nos rebanhos, porque cada animal tem suas características que precisam ser observadas. “Uma delas, por exemplo, é a capacidade de esconder sintomas de doenças e contar com o cuidado de um vaqueiro próximo, no qual os animais confiam e pode ajudar a identificar os sinais dados e a prevenir doenças”, diz.
A literatura sobre bovinos já dá conta de mostrar resultados muito importantes e benéficos da aplicação do manejo racional nos rebanhos bovinos. Na reprodução, a interação positiva entre os manejadores e os animais pode influenciar as taxas de prenhez. Nos casos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF), as matrizes que saem caminhando tiveram taxa de prenhez de 61,65%, marchando 58,96% e correndo 54,34%.
“Atualmente estamos realizando, em conjunto com a equipe do Prof. Pietro Barusell, da USP São Paulo, estudos para avaliar as diferenças entre manejo convencional e o manejo de baixo estresse utilizado no Programa Criando Conexões. Na taxa de prenhez em novilhas submetidas a IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), os resultados preliminares demonstram que com a adoção de práticas de manejo de baixo estresse podem diminuir a velocidade de fuga dos animais após a contenção em 41%, e melhorar a taxa de prenhez em 7,8% quando comparados ao manejo convencional, por exemplo. Estudos realizados comparando um grupo de vacas de leite que receberam manejo gentil e outro com medo de seres humanos, observou-se uma queda de 13% na produção de leite quando os animais temias os humanos”, avalia.
Esses números evidenciam o quanto a interação das pessoas com os animais determina a qualidade dos produtos. Animais bem manejados respondem melhor a tratamentos e cuidados, tornando-se mais saudáveis e, consequentemente, fornecendo alimentação mais saudável às pessoas e interagindo melhor com o ambiente, uma vez que esses três fatores fazem parte de um ecossistema que deve estar equilibrado: a saúde única.
De acordo com a Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária, um animal com alto grau de bem-estar é aquele que tem boa saúde e que pode expressar o seu comportamento natural. Estudos demonstram que o manejo com baixo estresse melhora a imunidade, a resposta à vacinação e o desempenho além da diminuição de riscos de acidentes com os manejadores e animais.
Com o passar do tempo, muito se descobriu sobre a maneira mais adequada de lidar com esses animais e algumas crenças começam a ser abandonadas. Por exemplo a respeito de bovinos detestarem a cor vermelha. “Eles são daltônicos, de um tipo incapaz de distinguir entre tons de vermelho e verde. Não é a cor, mas os movimentos bruscos podem confundir e amedrontar o animal, porque institivamente ele sabe que é uma presa recorrente”, explica.
Outra descoberta é que os animais sentem a energia do manejador, os animais têm um senso bastante apurado para perceber se o vaqueiro está impaciente, agitado ou estressado, o que pode influenciar no manejo. “Tanto a postura corporal e o olhar são os fatores que definirão a conexão entre o bovino e o seu manejador. A confiança precisa ser estabelecida e o manejador comprometido com aquele momento”, esclarece.
Para conhecer mais sobre o Programa Criando Conexões ACESSE ESSE LINK ou no canal da MSD Saúde Animal no Youtube, procurando por Criando Conexões MSD Saúde Animal
–
Ketchum
(11) 5090. 8941 | ketchum.com.br