TNC lança guia sobre recuperação de solos degradados no Cerrado

Publicação traz informações sobre futuros possíveis para o ambiente da região; lançamento acontece em evento virtual no dia 4 de agosto

A The Nature Conservancy (TNC), organização não governamental que trabalha em escala global para a conservação do meio ambiente,

realiza no dia 4 de agosto, quarta-feira, evento online de lançamento do Guia de Recuperação de Solos Degradados no Cerrado, projeto com apoio de Syngenta e coautoria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Rede ILPF e Fapcen.

Com duração de uma hora, o evento será transmitido pelo canal da Embrapa no YouTube e contará, além da apresentação do Guia, com o painel “O projeto Reverte e a iniciativa para recuperação de áreas degradadas do Cerrado” e a mesa redonda “A importância da recuperação de solos degradados e o papel que sistemas integrados podem desempenhar nesse processo”.

O Guia concentra uma análise na região do Cerrado devido à sua importância produtiva para o país: 55% da produção de carne brasileira provém da região, 35% dos pastos do país estão no bioma e 40% da produção de grãos são originados no Cerrado.

Julia Mangueira, gerente adjunta da estratégia de agricultura sustentável da TNC, revela que mais da metade das pastagens do Cerrado apresenta indícios de degradação, em níveis leves, moderados e severos, que podem evoluir para a degradação do solo se nada for feito. “Uma notícia boa é que grande parte destas pastagens degradadas do Cerrado também têm aptidão para a integração ou transição de culturas. É importante lembrar que os mercados de soja e carne são interdependentes, por isso investir na regeneração, manutenção e resiliência dos solos é fundamental para a sustentabilidade das duas cadeias”, ressalta Julia.

O Guia apresenta alternativas para uma produção mais sustentável no Cerrado, com indicação de possibilidades para a recuperação e manejo de áreas de pastagem que apresentem algum grau de degradação.

“A produção agropecuária desempenha um papel central para moldar o presente e o futuro que queremos, conciliando a produção de alimentos, fibras e energia e conservação de recursos naturais. Nosso papel na TNC é apoiar a implementação de um modelo que seja capaz de suprir as necessidades individuais e resguardar o planeta, apoiando e oferecendo suporte para que a expansão agrícola aconteça em solos degradados e subutilizados. Já existem diversas opções sendo implementadas, precisamos que esses modelos que incluem a perspectiva da agricultura regenerativa ganhem ainda mais escala e se tornem o usual”, destaca a gestora da TNC.

Como destaca o Guia, inovar é substituir hábitos contraproducentes e, com base técnica e científica, fazer algo novo, atualizado. Desde 1970, a Embrapa pesquisa modelos de sistemas integrados e todo o conhecimento acumulado ao longo dessas décadas vem indicando os benefícios e ganhos que sistemas integrados podem trazer para o produtor.

“A transformação da produção agropecuária em direção à sustentabilidade ocorrerá com a incorporação de conhecimentos, informações e insumos modernos no campo, integrados em cadeias de valor que trazem financiamentos ESG para o campo e entregam produtos em mercados exigentes. A produção técnica e científica no Brasil se desenvolve nesse contexto, e passa a ser de fundamental importância que levemos adiante a comunicação de conhecimentos adquiridos, de maneira clara e objetiva, para que os produtores e atores sintam-se seguros na escolha de estratégias e alternativas de produção mais valorizadas. Este é o sentido do guia e da parceria com a Embrapa”, declara a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massruhá .

A diretora executiva da Rede ILPF, Isabel Ferreira, destaca a importância do uso responsável dos recursos naturais: “O aumento da demanda mundial do setor agropecuário vem acompanhado de grandes preocupações, como o uso do solo e dos recursos naturais, o desmatamento, e principalmente as mudanças climáticas. A Agricultura de Baixa Emissão de Carbono no Brasil vem, portanto, sendo tratada como política pública e compromisso de Estado. Neste contexto, o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, com baixas emissões de gases de efeito estufa, uso adequado do solo e recursos naturais e melhoria da qualidade dos produtos é um fator absolutamente necessário para que o Brasil consiga desempenhar o papel central no cenário mundial da produção agropecuária nas próximas décadas”, afirma

“A FAPCEN e suas instituições parceiras possuem como visão a formatação do futuro de uma região que a partir da produção de grãos, gerou empregos e renda, seguindo a missão proposta desde sua criação: o desenvolvimento sustentável do corredor de exportação norte. No início, sustentabilidade foi garantia por cultivares de soja adaptadas às condições de clima e solo, em parceria com a Embrapa e, atualmente, através de projetos que valorizam o território, como certificações e pactos dentro das metas, produzir, conservar e incluir”, destaca a superintendente da Fapcen, Gisela Introvini. “Nosso papel para a agricultura sustentável está na transferência de tecnologias e informações inovadoras a todos, fomentando a ampliação das áreas de produção, proporcionando um aumento contínuo da produtividade através da produção de alimentos (grãos e carne) sobre a mesma área, garantindo o sequestro do carbono e a valorização dos produtos e povos nativos com a floresta em pé”, conclui Gisela.

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A The Nature Conservancy (TNC) é uma organização global de conservação ambiental dedicada à proteção das terras e águas das quais toda a vida depende. Guiada pela ciência, a TNC cria soluções locais inovadoras para os principais desafios do mundo, de forma que a natureza e as pessoas possam prosperar juntas. Trabalhando em 72 países e territórios, a organização utiliza uma abordagem colaborativa, que envolve comunidades locais, governos, setor privado e outros parceiros. No Brasil, onde atua há mais de 30 anos, o trabalho da TNC concentra-se em solucionar os complexos desafios de conservação da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica a partir de uma abordagem sistêmica, com foco na implementação e geração de impacto, para reverter as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade.

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