Os produtos Halal no mundo pós-pandemia
Por Mohamed Hussein El Zoghbi*
A partir do dia 17 de junho, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, em parceria com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil, promoverá o curso gratuito e 100% on-line “O Mundo Islâmico 2021 – Oportunidades e Desafios para o agronegócio brasileiro em um cenário Pós-Pandemia”.
O curso é direcionado, a princípio, a todos os produtores de alimentos do Brasil, mas também está aberto aos interessados em conhecer mais sobre os produtos Halal. Mais importante ainda: o participante entenderá, com a ajuda de especialistas e acadêmicos renomados, os motivos que nos dão a certeza de que os produtos certificados – alimentos, fármacos, cosméticos e muito mais – são uma opção segura no mundo pós-pandemia.
Existe uma recomendação religiosa para que os muçulmanos de todo o mundo – 1,8 bilhão de pessoas, atualmente – consumam produtos com a chamada certificação Halal. São alimentos, cosméticos, medicamentos e até mesmo roupas que, em seu processo de fabricação, não têm nenhuma substância que afeta a saúde e a segurança das pessoas, prejudica o solo e compromete os recursos naturais ou que utiliza, por exemplo, mão de obra escrava ou infantil em seu processamento.
As empresas interessadas em ter o selo Halal em seus produtos precisam passar por um rigoroso processo, realizado por uma certificadora. Primeiramente, a indústria passa por um processo de avaliação documental, seguido por auditorias e ensaios laboratoriais. Durante estes três processos, são verificadas as matérias-primas utilizadas na fabricação do produto e sua produção. Algumas matérias-primas e insumos não são permitidos pela lei islâmica como, por exemplo, os derivados do porco.
Os auditores verificam, ainda, se todas as informações foram passadas de forma transparente, se a conduta comercial da empresa é correta e justa em suas negociações e, caso o produto envolva o uso de proteína animal, também o abate precisa seguir procedimentos específicos. É igualmente importante para obter a certificação Halal que a empresa destine parte de seus lucros para promover benefícios sociais e ao meio ambiente.
E não é só isso: além das determinações religiosas, para receber um certificado Halal, os produtos devem seguir a legislação nacional e as principais normas nacionais e internacionais referentes à segurança dos produtos.
Por tudo o que expus acima, em todo o mundo, não são mais os muçulmanos os únicos consumidores de produtos Halal. Eles vêm sendo cada vez mais solicitados por todos os que buscam segurança dos alimentos, dietas veganas ou, simplesmente, uma forma de consumo mais consciente.
Do ponto de vista econômico, a certificação Halal, nos últimos 40 anos, vem abrindo portas para as indústrias e produtores de alimentos brasileiros exportarem seus produtos para o mercado islâmico – oportunidades crescentes e de extrema importância para a economia brasileira.
Nosso país é protagonista, sobretudo, nas exportações de carne halal – com destaque para o frango, o que nos leva ocupar o primeiro lugar no ranking de exportadores. Traduzindo em números, em 2020, o Brasil exportou 1,9 milhão de toneladas, movimentando US$ 2.395,20 milhões. Destaca-se ainda na exportação de outros produtos certificados, como a soja, milho, açúcar e muitos outros.
Embora entre os países compradores se destaquem os de maioria muçulmana – como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Egito, entre outros – alguns países asiáticos não-muçulmanos, como China, Singapura, Coreia do Sul e Japão, vêm adquirindo de forma crescente os produtos Halal, pois já entenderam o que o certificado comprova: boas práticas de fabricação e segurança dos alimentos.
O convite está feito: venha conhecer o crescente mercado Halal, um caminho lucrativo e interessante para o pós-pandemia – no qual saúde e segurança serão palavras de ordem. Estamos esperando por você, inscreva-se AQUI!
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