O fortalecimento de práticas e procedimentos de monitoramento e de rastreabilidade de fornecedores indiretos na pecuária nacional é um importante fator de atração de investimentos, uma vez que os investidores institucionais estão cada vez mais sensíveis aos riscos ligados ao meio ambiente, como o desmatamento e as mudanças climáticas, demandando maior transparência nos processos geridos pelas próprias empresas.
Dados do Global Sustainable Investment Alliance (GSIA) mostram que o mercado mundial de investimentos sustentáveis é de US$ 30,7 trilhões. Enquanto, o segmento de investimentos de impacto (aqueles que buscam gerar um retorno positivo externo, de cunho social ou ambiental) está estimado em US$ 502 bilhões, conforme estudo do Global Impact Investing Network (GIIN). São mais de 1.300 de investidores, entre gestores de ativos, fundações, bancos, instituições financeiras de desenvolvimento, escritórios familiares, fundos de pensão, seguradoras, entre outros, que aplicam nesses ativos.
Nesse sentido, para a continuidade de captação de recursos para a manutenção do crescimento da pecuária nacional, que chegou a 6,8% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2019, as ações de proteção ao meio ambiente e da biodiversidade são necessárias para atender as demandas de investimentos e, ao mesmo tempo, para garantir segurança ambiental, jurídica e sanitária.
É importante lembrar que, ano passado, um grupo de 29 grandes fundos globais, que administram US$ 3,7 trilhões, encaminhou uma carta para as embaixadas brasileiras demonstrando preocupação com o avanço do desmatamento no bioma Amazônia e afirmando a importância de promover uma cadeia de valor livre de desmatamento.
Diante desse cenário, as organizações que fazem parte do Grupo de Trabalho dos Fornecedores Indiretos (GTFI) decidiram que era momento de estabelecer os pontos básicos comuns para a inclusão dos fornecedores indiretos. Desta forma, frigoríficos e varejistas poderiam planejar a ampliação do monitoramento a partir de uma linha de base pré-definida e comum a todos, as chamadas “Boas Práticas”. O Grupo desenvolveu quatro pontos chave que resumem as BPs para indiretos na cadeia da carne a fim de contribuir para cumprir as exigências do mercado – investidores, consumidores, sociedade e importadores – e para o aprimoramento de programas de rastreabilidade já estabelecidos em empresas do setor.
As boas práticas do GTFI consideram algumas premissas, como o respeito ao TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) e outros compromissos do setor; a flexibilidade frente à realidade da cadeia e de seus atores; a análise de dados no nível das propriedades; e a definição de critérios viáveis, simples, eficientes e robustos. Entre os pontos trabalhados estão: data de referência para o monitoramento, o tamanho mínimo das propriedades a serem monitoradas e a revisão periódica das boas práticas.
Considerado o principal fórum de discussão sobre o monitoramento de fornecedores indiretos na cadeia produtiva da carne bovina no Brasil, o GTFI reúne os diversos stakeholders do setor para discutir soluções de rastreabilidade, monitoramento e transparência com foco no controle do desmatamento em fornecedores indiretos. Entre os membros participantes estão: frigoríficos, varejistas, produtores, bancos, entidades diversas, organizações não governamentais e empresas de tecnologia.
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