A produção de mel auxilia na geração de renda das famílias atendidas, assim como no desenvolvimento econômico da região da Costa do Descobrimento

Abelhas da espécie uruçu amarela (Melipona mandury) © Veracel

A Veracel Celulose, indústria que atua no Sul da Bahia, vem desenvolvendo um projeto piloto de meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) com a comunidade indígena pataxó Aldeia Meio da Mata e com associações de apicultores em Eunápolis e Guaratinga. Em parceira com a DVM Consultoria Apícola, a companhia disponibilizou kits apícolas e ofereceu capacitação para o manuseio e a produção de mel orgânico de abelhas da espécie uruçu amarela (Melipona mandury).

Um dos aspectos mais vantajosos desse processo com abelhas sem ferrão é que ele pode ser feito de maneira segura nos quintais das casas, contribuindo para a disseminação da atividade entre os produtores. Um apiário desse tipo pode gerar 5 litros de mel por ano, custando cerca de 200 reais cada litro, sendo que o trabalhadores que participarem da iniciativa podem dividir os enxames em três ou quatro vezes por ano, sendo que cada enxame equivale um salário mínimo.

Neste momento, o projeto atende a 60 famílias no Sul da Bahia que já estão colhendo a primeira produção de mel do ano. Ao longo de 2021, a expectativa é de ampliação para outras comunidades da região.

Para o projeto, a Veracel proporcionou a capacitação das famílias e providenciou gratuitamente os materiais necessários para o manejo das abelhas e início da produção. Foram utilizadas somente floradas compatíveis com mata nativa da região.

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De acordo com Izabel Bianchi, especialista em Responsabilidade Social da Veracel Celulose, o projeto tem por objetivo contribuir para o crescimento sustentável da região. “Todas as ações são realizadas para que haja, além da geração de renda, um resgate da cultura local e com isso a retomada da produção de itens importantes para a subsistência e desenvolvimento das comunidades envolvidas”, diz a especialista. “O projeto também é uma oportunidade para recolocar na cadeira produtiva grupos que foram bastante impactados pelo desemprego durante a pandemia, como jovens e mulheres, e que agora podem utilizar recursos naturais para criar uma nova fonte de renda”, complementa Izabel.

“Na meliponicultura, as colmeias são organizadas em meliponários – que é uma coleção de colmeias de abelhas sem ferrão. Esse tipo de produção era praticado há muito tempo pelos povos nativos da América Latina, em especial aqueles do Brasil e México”, explica Ediney de Oliveira Magalhães, que está à frente deste projeto em parceria com a Veracel pela DVM Consultoria Apícola.

As abelhas uruçus amarelas, nativas do Brasil, são de uma espécie rara e produzem um mel mais doce no comparativo com outros apiários. “Além do apoio à geração de renda e ao desenvolvimento econômico local, acabamos reintroduzindo esse animal na natureza, com todo o acompanhamento de técnicos nas áreas ambientais”, finaliza o especialista.

Há 10 anos, o Royal Geographical Society de Londres declarou as abelhas como seres vivos insubstituíveis. As abelhas foram defendidas pelo Dr. George McGavin ao e explicar que que 250 mil espécies de flores dependem das abelhas para se reproduzir.

Para Izabel, a relevância do projeto vai além do impacto local. “É importante termos uma análise mundial de relevância de espécies raras como essa. Este é um projeto que agrega valor para as pessoas, para o estado da Bahia e para o Brasil”, finaliza.

 

Atuação da Veracel para projetos de apicultura no Sul da Bahia – A Veracel organiza, desde 2005, projetos de apicultura para 161 famílias dos municípios de Eunápolis, Itabela, Guaratinga, Itagimirim e Belmonte. A empresa investe na capacitação dos participantes apicultores, na doação de materiais, insumos, tecnologia e vestimentas adequadas, além da disponibilização dos pastos apícolas com procedimento que compatibiliza oportunidades de negócios para os apicultores e também dando segurança operacional para os trabalhadores florestais. Também incentiva a criação das associações de produtores e orienta para a gestão do negócio. Em 2019, foram produzidas 115 toneladas de mel, garantindo um total de R﹩ 748 mil de renda.

Entre 2004 e 2019, a companhia investiu um total de R﹩ 147,6 milhões em ações sociais em seu território de atuação. Apenas em 2019, o montante investido foi de R﹩ 12,5 milhões, aplicados em projetos de geração de renda e de educação que beneficiaram 16 mil pessoas.

“Essas iniciativas, alinhadas com o propósito e com o planejamento estratégico da empresa, contam com diversas parcerias, que envolvem o poder público e entidades representativas das comunidades, como conselhos de caciques, associações de comunidades indígenas, além de engenheiros agrônomos, consultores e especialistas em diversas áreas de atuação”, finaliza Izabel.

A partir dessas ações, as pessoas beneficiadas ganham condições para mudarem sua condição de vida. Formalizando sua atividade e com dignidade, elas podem preservar sua tradicionalidade, prover renda para suas famílias, agregar novos conhecimentos e ampliar sua participação social.

Fundada em 1991, com início da produção de celulose em 2005, a Veracel Celulose é fruto da parceria entre duas grandes empresas do setor de celulose e papel em âmbito internacional: a brasileira Suzano e a sueco-finlandesa Stora Enso, que compartilham o controle acionário da companhia, detendo, cada uma, 50% das ações. Localizada em Eunápolis, no Sul da Bahia, a companhia integra operações florestais, industriais e de logística em 11 municípios da região. Com uma produção anual média de 1,1 milhão de toneladas, a empresa gera 3.191 empregos próprios e de terceiros. A Veracel Celulose tem compromisso com as pessoas – colaboradores, parceiros e comunidades. A empresa busca sempre contribuir com a qualidade de vida regional, a partir do apoio e do desenvolvimento de ações culturais, sociais e econômicas que beneficiam a região. Além disso, a preocupação com a conservação ambiental faz parte da agenda de sustentabilidade da companhia.