Para especialista da ESPM Porto Alegre, pandemia não altera negativamente o setor, que em algumas áreas, como exportação, é favorecido pelo câmbio.
O coordenador do Núcleo de Agronegócios da ESPM Porto Alegre, Ernani Carvalho da Costa Neto, acredita que a expansão do PIB do agronegócio deve continuar durante o resto deste ano. “O descolamento do agro dos outros setores da economia demonstra que pandemia de covid-19 não tem impactado negativamente a atividade”, diz. “Ao contrário. No comércio internacional, por exemplo, o produto brasileiro está mais competitivo, beneficiado pelo dólar mais valorizado.” Além disso, o câmbio encarece as importações, o que permite margens mais atrativas para os produtos locais.
O segundo trimestre de 2020 apresentou, em comparação com o ano anterior, queda recorde do Produto Interno Bruto – PIB de 9,7%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Ainda de acordo com órgão, a agropecuária cresceu 0,4% graças, principalmente, à produção de soja e de café.
Ernani pontua, porém, algumas transformações. No setor de alimentação houve uma adaptação nos canais de distribuição, como o crescimento da modalidade de venda de comida on-line e produtores vendendo diretamente para o consumidor.
A tendência é que o agro continue apresentando PIB positivo no próximo trimestre, mesmo com a incerteza sobre o fim da crise sanitária e econômica que o país vive. “Não há indicação de grandes mudanças no câmbio. Assim, muito provavelmente continuaremos no mesmo cenário com efeitos na exportação e na importação”, diz Ernani. “Essa vantagem incentiva o produtor a aumentar sua produção e consequentemente contribuir para o crescimento do PIB.”
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