Estudo visa compreender a dinâmica da floresta para garantir a sustentabilidade com técnicas de exploração de impacto reduzido

Uma pesquisa desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) analisou a resposta das comunidades biológicas à exploração na Floresta Amazônica e concluiu que o manejo de florestas tropicais altera a abundância das espécies arbóreas, mas isso não é refletido em mudanças na diversidade.

Com autoria de Rafaela Pereira Naves, Vidar Grøtan, Paulo Inácio Prado, Edson Vidal e João Luís Ferreira Batista, o objetivo do estudo foi compreender a dinâmica da floresta para garantir a sustentabilidade do manejo. “As florestas na Amazônia representam uma importante fonte de madeira para a região e para o país e nosso objetivo é fazer com que essa exploração da floresta seja o mais sustentável possível”, disse Rafaela Pereira Neves.

O trabalho foi realizado no município de Paragominas, estado do Pará, onde os pesquisadores acompanharam duas parcelas permanentes da floresta durante cerca de 20 anos. Em uma das parcelas foi realizada a Exploração de Impacto Reduzido, e a outra foi mantida como controle.

“Ao contrário do que esperávamos, quando desconsideramos a identidade das espécies, não encontramos mudanças na estrutura de abundâncias da comunidade submetida ao manejo florestal”, falou a pesquisadora”. Segundo Rafaela, isso se deve ao fato de grande parte das mortes no manejo serem relacionadas às mortes acidentais (independentes da espécie). “Dessa forma, não foi possível detectar a interferência da exploração nas comunidades”.

No entanto, quando considerada a identidade das espécies, foram detectadas mudanças com espécies antes com poucos indivíduos ficando muito abundantes, e outras que costumavam ser comuns ficando raras na floresta, com menor recrutamento de espécies de interesse comercial. “Essas mudanças levaram cerca de uma década para começar a aparecer”, finalizou a autora.

A pesquisa foi financiada por U.S. Agency for International Development, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Norwegian Research Council.


Letícia Santin | Estagiária de jornalismo
ESALQ – Divisão de Comunicação
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