Uso excessivo de água, solo infértil, envenenamento de plantações contra pragas e agravamento do efeito estufa. Não é de hoje que estas bandeiras são levantadas e duramente criticadas quando se trata do assunto “agricultura”. Por isso, não estar atento às práticas que são utilizadas desde o plantio até a colheita, podem não só trazer consequências graves para o meio ambiente, mas também para o desempenho de seu negócio.
A boa notícia é que o mundo tem passado por processos de digitalização constantes, que chegam para resolver ou mitigar esses problemas e trazer o respiro necessário para o planeta. Como exemplo, temos a utilização de teclados e mouses no lugar de papel e caneta, contribuindo com a diminuição do desmatamento, entre outros ganhos para um meio ambiente mais saudável. Ou, ainda, campanhas e cooperativas de reciclagem de materiais como plástico, que ficam durante dezenas de anos na natureza e não se decompõem.
Para ajudar àqueles que ainda não sabem por onde começar, Nathália Secco, fundadora e CEO da Orchestra Innovation Center, empresa de inovação que promove a digitalização do campo, reuniu cinco dicas de como adotar medidas tecnológicas para contribuir com um meio ambiente mais sustentável:
- Utilize outras fontes de energia elétrica: hoje, o Brasil utiliza diversos recursos hídricos para fornecer eletricidade para a população. Contudo, as hidrelétricas demandam de quantidades enormes de água, prejudicando o ecossistema. Por isso, é interessante investir em placas para a captação de energia solar, uma vez a energia fotovoltaica é uma fonte inesgotável e que não emite poluentes para a atmosfera, solo e água;
- Gestão hídrica: existem alguns tipos de solo que possuem um potencial de armazenamento de água maior que outros. E é justamente para isso que os softwares de gestão hídrica entram: indicar a periodicidade correta de irrigação de cada cultivo e região, evitando um uso irregular de recursos, gerando desperdício e, até mesmo, sobrecarga no solo;
- Aplique insumos à taxa variável: hoje já é possível encontrar no mercado ferramentas tecnológicas que permitem uma utilização racional de insumos, por meio de aplicação à taxa variável para adubar o solo e realizar possíveis correções. Com esse tipo de manejo, é possível obter uma homogeneidade maior dos atributos químicos do solo, além de reduzir custos de produção com a utilização exata dos insumos necessários;
- Utilize tecnologias IOT para monitoramento de culturas: com o auxílio de sensores (luz, temperatura, umidade de solo, entre outros) e processamento de dados em tempo real, os agricultores conseguem monitorar as condições do campo. Além disso, por meio do IOT, também é possível ter um sistema de irrigação automatizado e realizar o manejo de plantas daninhas, por exemplo, por meio de aplicação de herbicida em taxa variável. Esses tipos de tecnologias são muito vantajosos para os produtores, pois contam com alta eficiência do manejo, otimização de insumos, tratamentos, e de recursos naturais;
- Implemente softwares de Inteligência Artificial: a partir dos recursos oferecidos por estes softwares, é possível gerar, armazenar dados para acompanhamento, e ter uma análise para tomada de decisão a partir do cruzamento desses dados sem a interação humana. A partir disso, os agricultores podem se antecipar e criar planos de contingência contra possíveis pragas, realizar as correções necessárias durante a safra com muito mais eficácia e com análises de importantes indicadores que, até então, seriam muito difíceis ou impossíveis de se colocar em prática sem a intervenção tecnológica. Além disso, também é possível ter uma otimização dos insumos utilizados, evitando desperdícios e perdas de plantações.
Por isso, engana-se quem ainda pensa que o agronegócio não pode aproveitar dos benefícios que a tecnologia traz para contribuir com um meio ambiente mais sustentável e com uma produção muito mais eficiente. Diante de tantas possibilidades e recursos disponíveis no mercado, é possível, sim, fazer a agricultura de forma consciente e, de quebra, obter resultados mais satisfatórios, evitando gastos desnecessários de insumos e de energia.
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