A partir de diagnóstico elaborado por extensionistas da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) em todas as regiões, abrangendo as principais cadeias produtivas, a pasta tem realizado ações emergenciais e estabelecido bases para elaboração de políticas públicas para enfrentamento da pandemia e a minimização de seus impactos aos produtores rurais.

Em seu firme compromisso com o desenvolvimento sustentável do agro paulista, segmento pilar da economia brasileira, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), em uma ação coordenada, envolvendo centenas de técnicos da extensão rural, sediados na quase totalidade dos municípios do Estado, realizou um diagnóstico dos principais impactos da pandemia de Covid-19 e suas consequências para milhares de produtores rurais e a economia.

José Luiz Fontes, coordenador da CDRS, explica que o diagnóstico é resultado do trabalho realizado pelos técnicos dos Escritórios de Desenvolvimento Rural e das Casas da Agricultura, que fizeram um levantamento com base em relatos de produtores, associações e cooperativas sobre as situações enfrentadas e relacionadas à produção, comercialização e logística de produtos agropecuários. “O objetivo foi padronizar e organizar as informações colhidas junto aos diversos setores do Agro, para monitorar os impactos da pandemia, especialmente aqueles relacionados aos pequenos e médios produtores. Entre os pontos destacados em nosso relatório está a frequência e descrição de situações-reflexo causadas pela pandemia, bem como ideias e sugestões que possam contribuir na solução dos problemas apontados”, explica José Luiz Fontes, coordenador da CDRS.

As informações obtidas foram atualizadas diariamente em formulários eletrônicos denominados Levantamentos da Produção, Comercialização e Logística e Percepção sobre o Abastecimento com Produtos Agrícolas nos Municípios. “Com a prorrogação do período de quarentena foi verificada uma certa estabilidade nos dados obtidos, então os relatórios diários foram compilados em um boletim mensal, que transformamos em um relatório com informações abrangentes”, avalia Fontes.

 

Principais pontos analisados e cadeias produtivas – As informações registradas abordam aspectos relacionados ao impacto nos diversos canais de comercialização como feiras livres, mercados, comércio de alimentos preparados, hospitais, creches e escolas ─ sendo esses três últimos por meio de Compras Públicas institucionais. Na área de logística, foram analisados os fluxos nas estradas e autopistas, se houve fechamento ou não, e o impacto na distribuição de alimentos.

Os impactos foram analisados principalmente nas cadeias produtivas de Olericultura, Floricultura, Fruticultura, Cana-de-açúcar, Grãos, Heveicultura, Cafeicultura, Bovinocultura de Leite, Bovinocultura de Corte, Avicultura de Corte e Apicultura. Apesar das características diferenciadas de cada uma, alguns problemas têm uma intersecção comum. Por exemplo, nas áreas de olericultura e fruticultura foram identificados como principais problemas a redução na comercialização, o baixo preço dos produtos e o alto preço dos insumos (a maior parte dos relatos, cerca de 71%, menciona que houve aumento de preços de insumos, sendo que cerca de 9% diz que o aumento foi bastante significativo).

Já na cadeia de Grãos, as dificuldades estão relacionadas à infraestrutura, como o atraso na descarga dos produtos, portos congestionados e silos cheios. Em outra cadeia analisada, a da cafeicultura, um dos maiores entraves é a falta de mão-de-obra para colheita, que está no auge, por conta do distanciamento social e o fato de que muitos trabalhadores são oriundos de outras regiões.

Na área de Compras Públicas, como as do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) o diagnóstico aponta que 36% dos municípios analisados (221 ocorrências em maio; contra 31% e 180 ocorrências em abril) possuem creches e escolas que estão distribuindo alimentos para as famílias dos alunos; em 49% dos municípios (186 ocorrências em maio, contra 43% e 159 ocorrências em abril) foram os que adotaram iniciativas próprias para distribuição de alimentação aos estudantes durante o período de suspensão às aulas. “Muitos municípios estão realizando a distribuição de cestas básicas ou kit de alimentos às famílias de todos os alunos matriculados, a alunos de baixa renda ou a famílias cadastradas em projetos sociais. Verificamos que houve crescimento dessas iniciativas no mês de maio, e relatos da distribuição do estoque de alimentos que havia nas escolas durante essas iniciativas”, salienta o coordenador da CDRS, ressaltando a importância do trabalho realizado pelos extensionistas em diversas regiões, de conscientização dos gestores municipais para a manutenção da aquisição de alimentos dos pequenos produtores com recursos do PNAE neste período, levando informações sobre a legislação relacionada, que oferece segurança jurídica para estes atos.

 

Exemplo de ações já implementadas pela SAA – Início de projeto de pequenos produtores para fornecerem para os supermercados associados à Associação Paulista de Supermercados (APAS).Elaboração de cartilha para implantação de Feira Drive ThruMonitoramento feito pela CDRS da cadeia produtiva de olericultura (uma das mais afetadas), com encaminhamento da Resolução das feiras, varejões e sacolões para as prefeituras.Sondagem do impacto da Covid-19 nas pequenas propriedades, com incentivo à adoção das medidas sanitárias adequadas.Prospecção de fornecedores de insumos e disponibilização de contatos para os produtores.Apoio à prospecção de novos mercados para as cadeias produtivas.Apoio às cooperativas e associações de produtores rurais na organização e entrega dos produtos agropecuários.Organização dos produtores para venda direta ao consumidor e confecção de cestas com produtos agrícolas.Orientação sobre ações que estão sendo realizadas em âmbito estadual e federal e acesso às políticas públicas.Pesquisa de modelos de aproximação comercial ou de fidelidade entre produtor e consumidor, como Redes Solidárias.

O Boletim completo já está disponível no site da CDRS e pode ser acessado diretamente neste link.


Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo