A antecipação a fornecedores por meio de fintechs pode assegurar a força que as micro, pequenas e médias empresas precisam para enfrentar a crise devido à pandemia do novo coronavírus.

 

Ronaldo Oliveira, CEO da Giro.Tech © Divulgação

Sem custos para a maioria das grandes empresas e com juros extremamente baixos aos fornecedores, estas operações financeiras contribuem diretamente para a sustentabilidade econômica de todos: as empresas menores, por terem assegurado capital de giro; as grandes corporações, que ao promoverem a antecipação contribuem para a sustentabilidade econômica da cadeia produtiva; e a sociedade, uma vez que atividades e empregos são mantidos.

É o que afirma o projeto “Como fortalecer as pequenas e médias empresas da sua cadeia produtiva em meio à crise da Covid-19”, desenvolvido pela Giro.Tech, fintech com sede em Curitiba e que está sendo apresentado inicialmente para cooperativas agropecuárias e indústrias do agronegócio, mas que vale para todos os segmentos da economia.

“A antecipação financeira por fintech é uma forma solidária das grandes empresas atuarem em sua cadeia produtiva”, afirma Ronaldo Campos de Oliveira, CEO da Giro.Tech.

Na proposta da Giro.Tech, programas com foco na sustentabilidade financeira dos fornecedores possuem condições especiais para a taxa de intermediação, que será mantida no valor mínimo de 0,045% até o final de 2020, independente do volume financeiro envolvido.

“Cada vez mais empresas estão buscando crédito para manter sua estrutura neste momento delicado. Sendo assim, esta solução é extremamente recomendável para minimizar os impactos da crise econômica no setor produtivo”, afirma Oliveira.

Ronaldo conta que em uma cooperativa agroindustrial do Paraná, por exemplo, formada por 1.109 cooperados e que oferece essa fonte de capital de giro aos seus fornecedores há um ano e meio, a procura por este tipo de crédito aumentou em mais de 130% desde o início da pandemia.

 

Como funciona – A viabilidade do projeto é possível porque as grandes corporações ‘emprestam’ seu risco de crédito para a empresa menor. Segundo o CEO da Giro.Tech, esta é uma prática amplamente aplicada na Europa e vem se desenvolvendo rapidamente no Brasil. “Agora deve se expandir ainda mais, com essa nova realidade criada pela pandemia do novo coronavírus”, indica o executivo.

Em síntese, a operação de antecipação de recebíveis ocorre da seguinte forma:

    1. As grandes corporações aderem ao programa de antecipação de recebíveis e conectam o seu “contas a pagar” à plataforma disponibilizado pela Fintech;
    2. As empresas menores (fornecedoras das grandes corporações) solicitam à Fintech contratada a antecipação de valores a receber;
    3. Após, uma instituição financeira realiza a antecipação acordada entre as empresas, por meio da gestão da Fintech.

O especialista financeiro observa ainda que a antecipação de recebíveis proposta cria uma relação “mais saudável” entre as partes integrantes.

“Ao contrário, por exemplo, de uma operação de factoring, que é originada pelo vendedor, temos na antecipação de recebíveis por fintech o comprador [grande empresa] como centro da operação, o que dá a garantia que esse titulo está livre de fraudes, e que vai ser pago pela compradora sem contestações. Assim, o risco assumido pela instituição financeira se resume ao risco de crédito da compradora, que gera um custo financeiro muito menor para a pequena empresa que busca capital de giro”, sublinha Oliveira.

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