Pesquisador da Secretaria de Agricultura dá dicas de como ter mais lucro no período de chuvas na produção de gado de corte
É tempo de se planejar. Em todo o início do ano as pessoas fazem um balanço, planejam novos projetos e traçam estratégias para atingir suas metas. Na pecuária não é diferente. Além de ser um bom período para se planejar, o início de ano para os pecuaristas também é época de ganhar dinheiro. É no chamado período das águas que o custo de produção da arroba do gado de corte cai e o produtor tem a chance de lucrar mais, isso, é claro, se tiver feito um bom planejamento. O pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Rezende Siqueira, dá algumas dicas para que o produtor aproveite o período de chuvas para deslanchar no ganho de peso dos bovinos de corte.
Segundo Siqueira, este é o momento mais importante para o gado atingir as metas de ganho de peso traçadas pelo pecuarista ao longo do ano. Um pasto bem formado, com folhas, e bem manejado é fundamental para que os animais alcancem até 80% da meta anual. “É difícil falarmos no ganho de peso que pode ser alcançado. Isso depende da estratégia do pecuarista. Porém, é possível que o animal alcance de 700g a um quilo de peso por dia nessa época do ano”, afirma Siqueira.
O pesquisador da APTA conta que o segredo para atingir os resultados é fazer um bom manejo dos animais e do pasto. “O grande gargalo da pecuária nacional é que ao animal é oferecido uma forragem que não o permite comer aquilo que precisa consumir durante o dia. É preciso ter uma boa estrutura de pasto, ou seja, disponibilizar folha para o animal para que ele consiga colher muito em em um só bocado. Com isso, ele atinge o ganho de peso adequado. Conseguir um pasto com essa estrutura depende de técnicas de manejo, da escolha de forrageiras adequadas para o tipo de solo da propriedade e no tempo correto de inserir e retirar o animal daquele ambiente”, explica.
Com o ganho de peso lá em cima, o custo de produção da arroba despenca, fazendo desta a época mais lucrativa do ano para o produtor rural. “O custo de produção da arroba é obtido pela divisão do valor gasto pelo produtor pelo ganho de peso do animal naquele período. Isso significa que o produtor pode gastar a mesma coisa agora do que gasta na época da seca, porém, os ganhos tendem a ser muito maiores, porque o animal vai ganhar mais peso. Isso impacta diretamente no custo de produção deste animal e na lucratividade da fazenda”, explica o pesquisador da APTA.
De acordo com Siqueira, se o objetivo do produtor for a recria dos animais, é preciso usar suplementação para potencializar os ganhos. Se a ideia é terminar os animais, é necessário adequar a suplementação para o alcance da meta. “Muitas vezes o produtor acha que não deve usar suplementação neste período, porque tem um bom pasto. Isso não é verdade. Vale a pena suplementar, porque ele estará imprimindo ganhos maiores na arroba mais barata, ou seja, terá lucro mais fácil”, afirma.
Outro ponto importante, segundo o pesquisador da APTA, é lembrar que o período de seca se inicia em maio e junho, por isso, é necessário — novamente — se planejar para ter pasto em período de estiagem. “O produtor precisa encarar sua fazenda como uma empresa. Traçar metas, objetivos, planejar e fazer conta. Só assim ele terá lucratividade”, afirma.
Assessoria de Imprensa – APTA
19 2137-8933