Multinacional dinamarquesa ganhou prêmio, em 2019, como a empresa mais sustentável do mundo entre 7.500 companhias e aumenta foco em saúde animal no Brasil
A produção de animais saudáveis é um dos temas mais discutidos atualmente entre especialistas e nos principais encontros técnicos de aves e suínos. Além da pressão dos consumidores, as legislações nacionais e internacionais têm restringido cada vez mais a utilização de antibióticos e aumentado o rigor no seu monitoramento. Nesse contexto, a Chr. Hansen, empresa dinamarquesa que há 145 anos trabalha exclusivamente com soluções naturais, passa a intensificar, ainda mais, o seu foco em saúde animal no Brasil.
Com a tendência da proibição do uso de antibióticos, surgiram no mercado novos produtos e conceitos diversos para sua substituição. Dentre esses, os probióticos, os ácidos orgânicos e os óleos essenciais são os aditivos que mais têm se destacado como substitutos dos antibióticos, segundo pesquisa do relatório WATT Global Media’s 2019. “O grande número de alternativas e a diversidade de produtos das mesmas categorias muitas vezes geram dúvidas nos produtores. O esclarecimento de alguns conceitos pode auxiliá-los na correta tomada de decisões”, destaca Alberto Inoue, Head da Unidade de Negócios de Saúde & Nutrição Animal da Chr. Hansen no Brasil.
Inoue comenta que outros países que passaram por experiência semelhante adotaram o uso de aditivos associados a várias outras medidas imunoprofiláticas e de manejo para o sucesso da retirada dos antibióticos. “Podemos aprender lições importantes com países que já deixaram de utilizar os chamados AGPs. Atualmente, temos mais informações, ferramentas disponíveis e estudos científicos publicados. Consequentemente, o processo de transição deve ser mais rápido e sustentável. Informações de campo apontam que muitas empresas na Europa passaram a implementar mais de uma estratégia para a obtenção de melhores resultados. A combinação de diferentes produtos parece ser uma tendência, mas precisamos ter atenção à segurança e eficácia, uma vez que nem todos são compatíveis”, explica.
“Além da troca de experiências entre técnicos e produtores, cabe às empresas fornecedoras de aditivos levar esclarecimentos e as melhores alternativas para a realidade de cada unidade de produção”, diz o especialista. Ele explica que existem mais de 1.000 cepas somente de Bacillus subtilis (uma das principais bactérias usadas em probióticos) com diferenças genéticas próximas a 20% com características e modo de ação distintos. “O conhecimento sobre a especificidade das cepas pode ser um dos caminhos para a melhor eficácia dos probióticos em cada situação de desafio..
Além disso, os avicultores e suinocultores devem avaliar a qualidade do produto e monitorar a estabilidade após a realização da mistura. Mensurações internas chegam a detectar amostras de rações comerciais com até 1.000 vezes menos aditivo que o esperado. Para maior segurança e rastreabilidade, cada cepa deve possuir um número de registro específico e ter comprovação de origem, estabilidade e características. Em casos de produtos com combinação de cepas, estudos de compatibilidade são importantes para evitar associações antagônicas”, aponta Inoue.
“Vivemos um momento de transição de conceitos e, nos próximos anos, ainda haverá acomodação e consolidação de algumas tendências”, prevê Alberto Inoue. “Os produtores e técnicos devem ponderar suas decisões e buscar fornecedores idôneos que ofereçam soluções mensuráveis para as necessidades da sua propriedade”, recomenda.