Para entidade, tratado assegura abertura econômica e mais competitividade para produção brasileira, mas ainda será preciso renegociar algumas cotas no futuro
A Sociedade Rural Brasileira (SRB) parabeniza o governo brasileiro na figura da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pelo acordo Mercosul/União Europeia, concluído e oficializado nesta sexta-feira, em Bruxelas. Para a entidade, o tratado ainda não garante todas as condições para um bom relacionamento entre os blocos, mas representa um passo importante rumo ao processo de modernização e abertura econômica, sendo especialmente vantajoso para o agronegócio.
Segundo o Ministério da Agricultura, produtos agrícolas de interesse do Brasil terão suas tarifas eliminadas, como suco de laranja, frutas, café solúvel, peixe e óleos vegetais. Exportadores brasileiros também terão acesso preferencial para carnes bovina, suína e de aves, açúcar, etanol, arroz, ovos e mel.
Na visão da SRB, a retirada completa ou parcial das tarifas melhora a competitividade dos produtos brasileiros em relação a concorrentes. Nos últimos anos, países como México, Canadá, Austrália e Indonésia vinham firmando bons acordos comerciais e ampliando significativamente a participação no mercado mundial. “É importante nos posicionarmos comemorando o acordo, que não atende a todas nossas necessidades de uma boa relação comercial com a UE, mas inicia um novo relacionamento que deverá ser renegociado sempre que possível”, diz o presidente da SRB, Marcelo Vieira.
Vieira revela que havia uma cautela especial do Mercosul em concluir o acordo, já que as contrapartidas obtidas pelo bloco precisariam ser compatíveis às garantias à União Europeia, que passaria a explorar um amplo e crescente mercado consumidor. Com a oficialização do tratado, o presidente da SRB admite que algumas cotas de produtos agrícolas oferecidas pelo bloco europeu ainda ficaram abaixo do esperado, principalmente as menos de 100 mil toneladas para carne bovina.
A SRB exalta a importância das cláusulas de renegociação automática nos volumes das cotas agora negociadas. “A economia do Mercosul deverá crescer, o que, consequentemente, ampliará o tamanho do mercado obtido de forma preferencial pelos europeus”, diz Vieira. “As cotas não podem permanecer imutáveis, representando ainda relativamente menos aos benefícios a serem obtidos pelos europeus”.
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