Transparência dos dados: mais segurança para o comércio exterior

Por Andrew Lorimer

Andrew Lorimer, diretor da Datamar © Divulgação

Informações precisas, transparentes e oriundas de fontes fidedignas nunca foram tão valorizadas, sendo algo imprescindível para os segmentos de comércio exterior e logística, que são bombardeados o tempo inteiro com dados, que podem, da forma como são utilizados, elucidar ou atrapalhar a compreensão do cenário econômico e a estratégia de negócios das empresas.
No momento em as companhias de navegação completaram um ciclo importante de fusões, com possibilidades de ampliar a consolidação, e que a economia começa a dar sinais de retomada, as informações podem nortear o melhor caminho a seguir para alavancar novos projetos de maneira responsável, além de ampliar a competitividade. O que nem sempre fica claro é que existe um custo para entregar aos clientes informações confiáveis, estruturadas e analisadas. É preciso abordar este tema com transparência e explicar que existe uma grande diferença entre os dados analíticos daqueles que são apenas coletados.

Instituições sérias, que trabalham na produção de análises robustas, têm investido cada vez mais em novas tecnologias para as áreas de desenvolvimento e conhecimento de mercado. Ao utilizar tecnologias de ponta, como Big Data, o objetivo é coletar, cruzar informações e disponibilizá-las, de acordo com todas as normas de compliance, gerando relatórios que atendam às necessidades dos clientes.

O grande problema é que existem empresas que estão vendendo dados que têm como fonte os sistemas de comércio exterior brasileiro. E pior, elas estão fazendo esse comércio abertamente, omitindo a origem sob a justificativa de utilizar dados de diversas fontes públicas. Com isso, algumas corporações acabam adquirindo essas informações, assumindo um sério risco de serem usuários de dados sigilosos do Governo.

Outras, sujeitas a regras de “compliance” mais fortes, preferem não acessá-las. Porém, com o passar do tempo e a falta de uma ação efetiva contra esta prática, a tendência é que elas acreditem que os dados não são proibidos ou sigilosos, e que também passem a consumir os mesmos.

Nesse sentido, precisamos conscientizar os órgãos públicos e a própria iniciativa privada sobre a importância de resguardar os dados para que sejam utilizados de maneira segura e transparente. Em conversas om representantes do Governo, temos sinalizado que é fundamental adotar algumas medidas para que o assunto se torne prioridade para evitar que dados sigilosos sejam “comercializados” como legítimos. É uma questão de segurança para o País e para o setor, que depende de uma série de informações para definir suas estratégias de negócios.


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