40 anos de Halal no Brasil: uma força para a economia brasileira
Por Ali Zoghbi
Sou filho de um imigrante libanês, Hussein Mohamed El Zoghbi, ao qual não me canso de chamar de visionário. Há quarenta anos, ele vislumbrou uma oportunidade de mercado que, a princípio, geraria empregos aos imigrantes que, assim como ele, buscavam uma vida melhor no Brasil – país que o acolheu e onde nasceram seus filhos e netos. Por outro lado, daqui, conseguiria ajudar a atender necessidades comerciais de alguns países do Oriente Médio.
O ano era 1979. Nascia a FAMBRAS Halal, a primeira instituição certificadora Halal do Brasil. Hoje, é uma empresa líder de mercado e realiza auditorias, abate, inspeção, supervisão de produtos e implantação do Sistema de Garantia Halal junto a indústrias e frigoríficos interessados em comercializar seus produtos especialmente para países árabes.
Antes de seguir com a história, vale uma explicação. Muçulmanos de todo o mundo devem consumir os produtos chamados “Halal”, ou seja, aqueles que foram produzidos seguindo os preceitos da religião islâmica e sua jurisprudência. Em linhas gerais, estes produtos são permitidos para consumo porque em todo o processo produtivo foram utilizadas matérias-primas, processos, mão de obra e embalagens que não trazem qualquer prejuízo à saúde e à segurança das pessoas.
No ano de sua fundação, um dos primeiros pedidos à certificadora foi enviar 650 toneladas de frango Halal aos países árabes – o que que exigiu uma verdadeira força-tarefa dos frigoríficos brasileiros. Quarenta anos depois, o Brasil é líder mundial na produção e na exportação de proteína animal Halal – que inclui tanto a carne bovina e como a de frango.
90% dos frigoríficos estão habilitados a fornecer proteína Halal a países que a consomem. Só na certificadora, são mais de mil funcionários, em 136 cidades brasileiras, capacitados para atender esses compradores tão exigentes. O bloco de países árabes é o quarto principal destino das exportações brasileiras, ficando atrás apenas da China, Estados Unidos e Argentina, conforme dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
O Brasil vendeu, em 2017, US$ 4,5 bilhões em produtos Halal. Aqui, já não falo só de carne, mas de itens como soja, milho, cosméticos, açaí e tantos outros. Em 2018, a perspectiva é que o mercado tenha faturado 10% mais – o que leva ao impressionante número que beira os US$ 5 bilhões. O mercado é tão promissor que o colocou na mídia e nas pautas do governo federal. A Câmara de Comércio Árabe Brasileira estima que o total de exportações do Brasil à região pode chegar a US$ 20 bilhões até 2022, ante US$ 13,6 bilhões no ano passado.
Por tudo isso, concluo: é hora de celebrar, sim, os 40 anos de Halal no Brasil. Somos um país que precisa, e muito, de geração de novos empregos, de aumento nos volumes de exportação, de ampliação de parceiros comerciais em todo o mundo e, claro, do fortalecimento das indústrias nacionais. O Halal vem dando sua contribuição crescente para alcançar estes objetivos – os números falam por si só. Que sigamos adiante!
O trabalho da Federação conta com o reconhecimento de renomadas instituições nacionais e internacionais. O apoio da FAMBRAS Halal – a primeira instituição certificadora Halal do Brasil, em operação desde 1979 – tem sido determinante para a concretização e ampliação dos projetos a cada ano. A certificadora é líder de mercado e realiza auditorias, abate, inspeção, supervisão de produtos e implantação do Sistema de Garantia Halal junto a indústrias e frigoríficos interessados em comercializar seus produtos especialmente para países árabes.
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