A notável expansão se deve pela alta competitividade do hidratado frente a gasolina em todas as unidades da federação

Em 2018, dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) indicam um recorde histórico de consumo de etanol hidratado no Brasil da ordem de 19,38 bilhões de litros, registrando 42% de crescimento em relação a 2017, o que representa a comercialização de 6 bilhões de litros a mais do renovável no período.

A notável expansão se deve pela alta competitividade do hidratado frente a gasolina em todas as unidades da federação, inclusive nas localidades onde a relação de preços entre os combustíveis não era favorável historicamente, durante quase todos os meses do ano. Esse cenário decorre da ampliação da oferta do biocombustível conjuntamente a um contexto externo favorável com a elevada cotação do petróleo no mercado internacional e uma taxa de câmbio desvalorizada. Esses dois últimos fatores impactaram fortemente o preço da gasolina na refinaria, encarecendo-o.

Com efeito, a paridade média no Brasil observada em 2018 atingiu 66%, a maior competitividade registrada nessa década, ante 70,7% em 2017. Importante destacar que em todos os Estados se registrou ganhos de competitividade, reduzindo a paridade em média 5,8 pontos percentuais e ampliando o consumo de hidratado em 46%, em relação ao apurado em 2017. E em pelo menos dezessete Estados os preços indicaram as melhores condições relativas nos últimos 10 anos – Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe e o Distrito Federal.

Desses Estados listados, em 10 federações registrou-se também recorde de consumo do renovável em toda a série histórica, com destaque para São Paulo, Minas Gerais e Goiás, tendo sido consumido 9,95 bilhões de litros, 2,49 bilhões de litros e 1,51 bilhão de litros respectivamente, concentrando quase 70% de todo volume demandado ao longo de 2018. Os demais Estados que tiveram recorde de consumo foram Amazonas, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Vale também o destaque para o Paraná que consumiu 1,56 bilhão de litros, segundo maior consumo atrás somente de 2015.

Como consequência, a participação do etanol (hidratado e anidro) na matriz de combustíveis utilizados pela frota de veículos de passeio e de carga leve (ciclo Otto – em gasolina equivalente) atingiu 46%, a maior desde 2009. Em Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo, o etanol foi responsável por abastecer mais da metade da matriz de transportes leves, com 60,9%, 65,7%, 50,9% e 60%, respectivamente.

No agregado do ciclo Otto, o volume demandado em 2018 somou 51,92 bilhões de litros em 2018, com uma retração de 3,31% em relação a 2017 (53,69 bilhões de litros). A gasolina C, por sua vez, registrou uma queda ainda mais notável de 13,13%, em função das condições de mercado destacadas e da escolha do consumidor por um combustível limpo e renovável.

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) é a entidade representativa das principais unidades produtoras de açúcar, etanol (álcool combustível) e bioeletricidade da região Centro-Sul do Brasil, principalmente do Estado de São Paulo. As usinas associadas à UNICA são responsáveis por mais de 50% da produção nacional de cana, 60% da produção de etanol e quase 70% da bioeletricidade ofertada para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Na safra 2017/18, o Brasil produziu aprox imadamente 596 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, matéria-prima utilizada para a produção de 36 milhões de toneladas de açúcar, 26 bilhões de litros de etanol e 21,4 TWh para a rede elétrica nacional.


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