Resultado ficou acima do esperado em ano que marcou a recuperação do café brasileiro nas exportações globais e aumento de 21,3% nos embarques de cafés diferenciados
Segundo relatório consolidado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), no ano passado o Brasil exportou 35,2 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído. O dado representa aumento de 13,9% em relação a 2017. A receita cambial com as exportações de café no período alcançou US$ 5,1 bilhões, decréscimo de 3% em relação ao ano anterior. Já o preço médio foi de US$ 144,53, queda de 14,9% sobre o valor de 2017.
“Dezembro registrou boas notícias para a exportação de café. Os volumes apontaram não só uma boa performance no mês, como também para os resultados de fechamento do ano civil. As exportações de 2018 marcaram uma recuperação fantástica em relação a 2017, com incremento de quase 14%”, afirma o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes. “As estatísticas mostram que o Brasil manteve sua posição de liderança mundial e tudo indica que em 2019 os resultados serão ainda melhores, com a possibilidade de bater novo recorde. O Brasil tem, na estrutura de sua cadeia cafeeira, condições de sustentar essa performance, uma vez que o consumo global cresce numa média de 2 % ao ano, podendo chegar a 170 milhões de sacas até 2020. O café brasileiro é o mais sustentável do mundo e deverá atender 40% do mercado global em poucos anos, oferecendo um produto com total segurança e qualidade, graças a sua alta competência e ao foco na sustentabilidade”, prossegue.
Com relação às variedades embarcadas, no total do ano de 2018, o país exportou 31,5 milhões de sacas de café verde (29 milhões de sacas de arábica e 2,5 milhões de robusta), o que representa um aumento de 15% em relação a 2017. Vale destacar que a exportação do café robusta (ou conilon) apresentou crescimento de 738,3% em relação a 2017, enquanto o arábica apresentou aumento de 7,1% na comparação de mesmos períodos.
Já os cafés industrializados tiveram crescimento de 5,8%, com a exportação de 3,7 milhões de sacas deste café (3,6 milhões de sacas de café solúvel e 17,5 mil de torrado & moído).
Dezembro/2018 – Em dezembro de 2018 foram exportadas 3,7 milhões de sacas de café, recorde histórico para o mês e crescimento de 22,5% em relação a dezembro de 2017. A receita cambial no mês foi de US$ 509,1 milhões e o preço médio foi de US$ 137,38.
Os cafés verdes somaram 3,4 milhões de sacas (3,2 milhões de sacas de arábica e 168 mil sacas de robusta), crescimento de 27% em relação a dezembro de 2017. Já os cafés industrializados corresponderam a 349 mil sacas embarcadas (348 mil sacas de café solúvel e 353 sacas de torrado & moído).
Principais destinos – No compilado do ano civil de 2018, os Estados Unidos permaneceram como o país que mais recebeu café exportado do Brasil, com 6,2 milhões de sacas (17,6% das exportações totais em 2018). Na sequência, aparece a Alemanha com 5,6 milhões de sacas (16%) e Itália, com 3,1 milhões de sacas exportadas (8,9%). Na sequência estão: Japão, com 2,4 milhões de sacas (6,8%); Bélgica, 2,4 milhões de sacas (6,7%); Reino Unido, 1,3 milhão de sacas (3,6%); Turquia, 999 mil sacas (2,8%); Federação Russa, 893 mil sacas (2,5%); Canadá, 843 mil (2,4%); e França, 779 mil (2,2%).
Exceto pela leve queda das exportações em relação a 2017 para a Federação Russa (-9,95%), todos os principais destinos registraram aumento na compra de café brasileiro, com destaque para o Reino Unido (98,6%), Bélgica (33,7%), Japão (13,2%), Itália (12,3%), Canadá (10,3%) e França (9,43%).
Cafés diferenciados – No ano civil de 2018, as exportações de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis) corresponderam a 6,2 milhões de sacas, representando 17,7% do total de café embarcado no ano passado e crescimento de 21,3% em relação ao ano civil de 2017. A receita cambial dessa modalidade foi de US$ 1,12 bilhão no acumulado de 2018, correspondendo a 22,1 % do total gerado com os valores da exportação de café. O preço médio dos cafés diferenciados ficou em US$ 180,55.
Os 10 maiores países importadores de cafés diferenciados representam 80,8% dos embarques com diferenciação. Os Estados Unidos são o país que mais recebe cafés diferenciados do Brasil, com 1,3 milhão de sacas exportadas, o que corresponde a 21% das exportações da modalidade. A Alemanha ficou em segundo lugar, com 879 mil sacas exportadas (14,1%), seguida pela Bélgica, com 698 mil sacas (11,2%), Japão, com 594 mil sacas (9,5%), Itália, com 547 mil sacas (8,8%), Reino Unido, com 325 mil sacas (5,2%), Canadá, com 183 mil sacas (2,9%), Holanda, com 182 mil sacas (2,9%), Suécia, com 171 mil sacas (2,7%) e Espanha, com 142 mil sacas (2,3%).
Portos – Em 2018, o Porto de Santos se manteve na liderança como a principal via de escoamento da safra para outros países, com 80,8% de participação (28,4 milhões de sacas embarcadas). Os portos do Rio de Janeiro seguem em segundo lugar, com 12,4% de participação no ano (4,4 milhões de sacas embarcadas).
O relatório completo está disponível no site do Cecafé.
Fundado em 1999, o Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – representa e promove ativamente o desenvolvimento do setor exportador de café no âmbito nacional e internacional. A entidade oferece suporte às operações do segmento por meio do intercâmbio de inteligência de dados, ações estratégicas e jurídicas, além de projetos de cidadania e responsabilidade social. Atualmente, possui 139 associados, entre exportadores de café, produtores, associações e cooperativas no Brasil, correspondendo a 95% dos agentes desse mercado no país.
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