Com dados coletados a partir do conhecimento acadêmico, assim como de produtores rurais, o projeto aborda os principais aspectos sobre essa fruta nativa do Brasil

A jabuticabeira é uma árvore frutífera tipicamente brasileira, nativa da Mata Atlântica, que se adapta muito bem as diversas regiões e pode ser cultivada praticamente em todo o território. O fruto conhecido por sua casca negra e brilhante, cresce no tronco e ramos da planta. Além de saboroso e muito consumido in natura, também pode ser utilizado em sua forma processada como sucos, geléias, compotas, licores, vinhos, cervejas entre outros. Pela sua beleza a planta pode, ainda, ser cultivada na forma ornamental.

Por ser uma das frutas mais produzidas em pomares domésticos e muito apreciada pelos brasileiros, a Casa do Produtor Rural em parceria com o Departamento de Produção Vegetal, e com o apoio da TV USP e da Divisão de Comunicação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), lançou uma série de quatro vídeos técnicos sobre jabuticaba, intitulados “Introdução à Cultura”, “Produção de Mudas”, “Jabuticabeira Sabará: Ciclo de Vida e de Produção” e “Regiões Climáticas”.

Com apresentação dos docentes Simone Rodrigues da Silva e João Alexio Scarpare Filho, o primeiro vídeo traz informações sobre a origem, dispersão, classificação botânica, principais variedades e as características tão peculiares à essa árvore.

Na fazenda do produtor rural, Fernando Grando, localizada em Cerquilho – SP, são apresentadas as principais variedades de jabuticaba, além de algumas híbridas como a Branca, que se difere das demais pela coloração da casca verde e com polpa macia e adocicada.

Na propriedade do engenheiro agrônomo Adhemar Gomes da Silva Neto, em Casa Branca – SP, mais de 60 variedades fazem parte da coleção. No vídeo um dos destaques é a Plinia aureana, que ficou conhecida como Phitranthas da ESALQ, por ser cultivada na universidade. Trata-se de uma planta precoce, que produz a partir do quarto ano, com frutos grandes, vermelhos e deliciosos.
O segundo vídeo enfoca a produção de mudas e ensina tanto a técnica por semente como por enxertia. As sementes da jabuticabeira são poliembriônicas, ou seja, em uma única semente pode ocorrer mais de um embrião, e ainda, o fenômeno da apomixia, que gera plantas idênticas à planta mãe, sendo chamadas de “clones”.

No terceiro vídeo técnico, podem ser conferidos os ciclos de vida e de produção, que variam de acordo com as técnicas culturais, fisiologia da planta, ambiente e variedades. Por ser uma planta de desenvolvimento inicial lento, as condições proporcionadas à jabuticabeira são importantes para diminuir o período juvenil, fase em que a planta somente vegeta. O fruto é bastante perecível e após a colheita pode ser consumido em até quatro dias.

Finalizando a série, três climas são destacados como o Cwa, que se caracteriza pelo inverno seco com temperaturas amenas e ocorrência de geadas esporádicas, típico da região central do Estado de São Paulo, onde a deficiência hídrica é benéfica no controle da floração, por meio de irrigação escalonada, que estende o período de colheita da jabuticaba.

No Cfa o inverno é mais úmido, frio e predomina na região metropolitana do Estado de São Paulo, entre o Alto do Tietê e o Vale do Paraíba. Nesta região, a probabilidade de geadas é maior e a irrigação é o ponto chave para o controle do florescimento da planta. Para se produzir frutos maiores e de melhor qualidade, usa-se a técnica do raleio de flores.

O Aw que abrange parte de Minas Gerais e São Paulo – região central do Brasil – possui inverno seco com temperaturas mais elevadas, condições favoráveis à plantação. Nessa região, a irrigação é utilizada como ferramenta na antecipação do florescimento.

O objetivo deste projeto é disseminar o conhecimento gerado pela universidade aos produtores rurais, que além de conhecerem um pouco mais sobre essa frutífera, podem enviar dúvidas. Assista aos vídeos no canal do YouTube e no site Casa do Produtor Rural em www.esalq.usp.br/cprural .

Site da Casa do Produtor Rural

Canal do YouTube da Casa do Produtor Rural


Texto: Beatris Cortelazzi Porta, estagiária de comunicação – Casa do Produtor Rural
Revisado por: Marcela Matavelli, Coordenadora – Casa do Produtor Rural

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