Mais de R$ 21 milhões são investidos na recuperação de áreas degradadas no oeste do Estado de SP
Estima-se que, até 2020, sejam recuperados mais de 300 mil hectares de áreas degradadas no Estado de São Paulo, por meio do projeto do governo estadual Integra SP, que disponibiliza recursos para ações ligadas à transferência de tecnologia, estrutura, práticas de recuperação de solos e pastagens. De acordo com um levantamento realizado pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), entre os anos de 2014 e 2017, foram beneficiados 144 produtores por essa iniciativa, totalizando um investimento de mais de R$ 21 milhões. O grande destaque para o uso desses recursos foi para o oeste paulista, em que 113 produtores aplicaram 83% (mais de R$ 17 milhões) desse montante.
Vários fatores podem influenciar nesse cenário positivo, dentre eles, a Unoeste, como impulsionadora da Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Tal fato é visualizado por instituições como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e também mencionado em publicações. Jansle Vieira Rocha é docente da área de geotecnologias da faculdade de engenharia agrícola da Unicamp. Ele pontua que, desde 2013, o grupo de estudos em geoprocessamento da instituição desenvolve metodologias para o mapeamento e monitoramento de intensificação de pastagens por meio de imagens de satélites. “Durante um evento sobre ILPF, conheci o professor da Unoeste, Dr. Edemar Moro, bem como vi o trabalho da universidade no oeste paulista, que é uma das nossas regiões de estudo”, lembra.
A partir desse contato, a Unicamp, passou a contar com a colaboração da Unoeste, por meio de Moro, tanto no projeto desenvolvido na época, quanto na participação em bancas de pós-graduação. “Iniciado como uma colaboração informal, esse apoio se tornou interinstitucional evoluindo para a submissão, em conjunto, de um projeto temático internacional junto à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), aprovado recentemente, com duração prevista de 4 anos, a ser iniciado em 2018”, revela Rocha.
O engenheiro agrícola da Unicamp avalia que o oeste paulista possui um enorme potencial para produção agropecuária e, a Unoeste, como formadora de profissionais e desenvolvedora de pesquisas, pode contribuir com esse panorama. “A expansão da cana-de-açúcar sobre as pastagens gerou, de um lado, uma capitalização de alguns produtores pecuaristas e, por outro, provocou a necessidade de intensificação da atividade pecuária. Acho que a integração pode fazer com que essa região se torne um modelo na recuperação de pastagens, no cultivo e aumento da produção de grãos”.
O papel da Unoeste também foi mencionado em publicações como um estudo científico sobre ILPF no Estado de SP, de autoria de Terezinha Joyce Fernandes Franca e José Roberto Silva, ambos do Instituto de Economia Agrícola (IEA-SP). A economista e mestre em economia aplicada relata que a pesquisa saiu inicialmente nos anais da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural em 2016; no livro “São Paulo: do desmatamento às novas fronteiras – 1980/2015” e, na revista do IEA em 2017.
Nesse artigo, Silva expõe que, em um levantamento realizado pelo IEA, o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista – o Banco do Agronegócio Familiar (Feap/Banagro) firmou 24 contratos em 2014, que somaram R$ 3,3 milhões e em 2015, mais 38 contratos, num total de R$ 6,1 milhões. “Só até agosto de 2015, foram assinados 62 contratos totalizando R$ 9,4 milhões. O interessante é que 45 desses contratos ocorreram nos municípios pertencentes ao Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de Presidente Prudente, o equivalente a R$7,5 milhões. Para o IEA, tal concentração regional pode estar associada ao fato da Unoeste ser precursora, como instituição de ensino superior, nesse assunto, constituindo em excelência nos estudos de sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, pois oferece disciplinas na grade de graduação, assim como pós-graduação no tema”.
Terezinha destaca ainda que a demanda por formação na área e a oferta de profissionais, associada à existência de pecuária no oeste paulista, são elementos que podem levar a confirmação dessa hipótese em que se menciona a Unoeste. “O fato de a universidade prudentina estudar e difundir o conhecimento sobre ILPF, já demonstra engajamento na difusão da sustentabilidade, uma vez que esses sistemas integrados têm se mostrado promotores de boas práticas agrícolas”, finaliza.
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