Participaram mais de 700 pessoas do oeste paulista, noroeste do Paraná e de cidades como Cruzália, Palmital e Maracaí
Éderson Ascencio Marinelli é produtor rural e, no dia 23 de fevereiro, a rotina na sua propriedade em Martinópolis (SP), iniciou-se um pouco mais cedo: exatamente às 4h, para a ordenha do gado de leite. Essa mudança no cotidiano tem um motivo especial: ele se organizou para participar do Dia de Campo sobre Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), realizado na fazenda Campina, em Caiuá (SP).
No dia anterior, 22 de fevereiro, Marinelli também visitou o campus II da Unoeste, onde participou da reunião técnica sobre o assunto. Nas duas ocasiões, esteve acompanhado pelo filho Otávio Murilo Silva Marinelli, 20, acadêmico do 7º termo de Agronomia da Unoeste. O jovem, que também ajudou na logística do dia de campo, revela que sempre morou na zona rural. “Escolhi ser engenheiro agrônomo para contribuir com o trabalho que o meu pai vem realizando em nossa propriedade. Vê-lo nesses dois eventos me deixa contente, pois sei que ele quer aprimorar os seus conhecimentos”.
O pecuarista Renato Leão Cavalcanti, veio de Santo Anastácio (SP) para participar da atividade. “Atuo basicamente com gado de corte, mas há um ano busquei uma forma de utilizar a integração. Como não tenho tanta afinidade com a agricultura, estabeleci uma parceria com outro produtor para a reforma da minha pastagem com a lavoura de milho, feijão ou soja. A experiência deu certo e, hoje, vim compartilhar a minha experiência e, também buscar novas informações”.
Marcos Luiz Souza é prudentino, mas as suas plantações de soja estão na cidade de Luís Eduardo Magalhães (BA). Conta que é a segunda vez que participa do evento com o filho Marcos Luiz Souza Junior, 16. “É muito bom conhecer a rotina de uma propriedade que adotou a ILPF e está inserida em uma região que tem características parecidas com a de onde produzo soja. Em breve pretendo adotar a integração e, por isso, esse tipo de atividade me ajuda a conhecer as tecnologias e os sistemas desenvolvidos”.
Pecuarista, produtor de soja e de milho e avicultor, Ciro Borges é de Itaguajé (PR). “É gratificante estar nesse evento que traz informações pertinentes e que podem contribuir com as minhas práticas”. Descreve ainda, que a filha Yanca Lima Borges, 21, cursa Zootecnia na Unoeste. “Fico feliz em ver que ela estuda em uma universidade que está engajada em ações voltadas ao homem do campo”.
Gustavo Boturo Mendes também integrou as atividades com o pai Márcio. Paranaenses de Maringá, ambos são agrônomos e fazem especialização em Integração Lavoura, Pecuária, Floresta (ILPF) na Unoeste. “Trabalhamos em locais distintos, mas que utilizam a tecnologia no campo. Essas ações estão entre as inúmeras que participamos em nossa pós-graduação, que nos oferece uma excelente estrutura física e pedagógica, além de proporcionar uma ampliação dos nossos contatos”.
Muitas histórias se cruzaram entre as quatro estações (Manejo fitotécnico e cultivares de soja para o oeste paulista; Opções de sistemas de ILPL; Importância das gramíneas forrageiras para produção de grãos e desempenho animal a pasto em sistema de ILP na fazenda Campina e, Importância da silagem como planejamento forrageiro na ILP), apresentadas no dia de campo promovido pela Unoeste, em parceria com a Embrapa, Grupo Carlos Viacava (CV), Cooperativa Agroindustrial (Cocamar) e Associação Rede ILPF.
Chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Cerrados, Dr. Sebastião Pedro da Silva Neto, avalia que essa união de forças é essencial. “Esse trabalho coletivo é uma corrente muito forte, onde cada um desses parceiros contribui para que os sistemas integrados, desenvolvidos pelos centros de pesquisa e universidades, cheguem ao produtor rural. A Integração Lavoura Pecuária (ILP), pode aumentar a produção agrícola e pecuária, gerar mais empregos e valores. Nesse sentido, o oeste paulista possui um potencial grande, uma logística muito boa e uma terra fértil para que todas as nossas tecnologias se proliferem”, diz.
Para Silva Neto, a contabilização de mais de 700 pessoas participantes na Reunião Técnica e no Dia de Campo é um sinal muito forte de que se está no caminho certo. “O nosso principal público-alvo é o produtor e, se ele está buscando essas iniciativas, significa que reconhece a tecnologia ILPF como benéfica”.
Reunião técnica – O evento apresentou três palestras: João Kluthcouski da Embrapa explanou sobre os pré-requisitos para o início dos sistemas de integração; Emerson Fey da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) falou sobre a qualidade da semeadura de grãos em área de pastagem no Sistema de Plantio Direto (SPD) e, por fim, Carlos Viacava do Grupo CV, expôs sobre os cincos anos de Integração Lavoura Pecuária (ILP) na fazenda Campina.
A composição da mesa principal contou com a presença de José Eduardo Creste (pró-reitor Acadêmico da Unoeste), Carlos Sérgio Tiritan (coordenador de Agronomia da Unoeste), Sebastião Pedro da Silva Neto (Embrapa Cerrados), Luiz Lourenço (Cocamar), William Marchió (Associação Rede ILPF), Carlos Viacava (Grupo CV) e Raysildo Barbosa Lobo (Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores).
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