O Programa Nacional de Solos – PronaSolos é uma iniciativa inédita de grandes proporções, que vai elevar o conhecimento sobre os solos do território nacional.
Coordenado pela Embrapa Solos, no Rio de Janeiro, conta com o apoio de outras Unidades da Embrapa e de instituições públicas e universidades. O programa vai gerar dados e informações de solos, com diferentes graus de detalhamento, para elevar o conhecimento sobre os solos do Brasil e, assim, subsidiar políticas públicas e gestão territorial, promover a agricultura de precisão e apoiar decisões de concessão de crédito agrícola. Entre outras aplicações, pode-se citar o incentivo a projetos de irrigação e à estocagem de carbono para mitigar as emissões de gases de efeito estufa – por meio da manutenção ou do sequestro desse carbono no solo – e a obtenção de informações sobre necessidade de aplicação de insumos e nutrientes para a agricultura, evitando o desperdício e a contaminação das águas subterrâneas.
Na Embrapa Solos, a pesquisadora e chefe-geral da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, participou do Workshop de metodologias de levantamento de solos, treinamento de pessoal e definição de áreas prioritárias para o PronaSolos, de 14 a 18 de agosto. Segundo ela, o mapeamento de solos, especificamente para as atividades agrossilvipastoris (agropecuária e floresta), vai fornecer dados para que o País obtenha ganhos de produtividade e políticas de uso eficiente de insumos, dentre eles, os fertilizantes, aumentando a competitividade e a sustentabilidade da agricultura brasileira. Além disso, o maior conhecimento dos solos vai permitir a diminuição das áreas degradadas, tendo em vista que novas degradações poderão ser evitadas e as já existentes, recuperadas. O programa poderá ainda, subsidiar a construção de estradas, o planejamento de cidades e a escolha de áreas de deposição de resíduos, dentre outros.
“O solo, juntamente com a água, é o berço da agricultura e responsável pela fixação e do homem à terra. É o componente mais importante da produção e, a depender da forma como o tratamos, construiremos ou não um desenvolvimento em bases duradouras. É preciso conhecer melhor nossos solos, para garantirmos a sustentabilidade econômica, social e ambiental do planeta, garantindo a nossa sobrevivência e a das gerações futuras”, explica a pesquisadora.
Prazos e escalas do estudo – Devido às dimensões continentais do País, o PronaSolos será um programa de longa duração e está previsto para ser feito em três etapas: de curto (0 a 4 anos), médio (4 a 10 anos) e longo prazos (10 a 30 anos), com metas de trabalho distintas. Na primeira fase, serão estudados solos em áreas prioritárias, escolhidas pelas instituições participantes, em cada estado. Pretende-se, nessa etapa, fazer o levantamento de solos e as interpretações associadas para cerca de 430 mil km2, equivalentes às áreas dos estados de São Paulo e Paraná somadas.
Flávia Bessa (MTb 4469/DF)
Embrapa Cocais
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