Encontro reuniu representantes dos diversos elos da cadeia produtiva do trigo, em Piracicaba (SP)
Os desafios e as expectativas da cadeia do trigo paulista foram alguns dos pontos debatidos pelos participantes da segunda reunião da Câmara Setorial de Trigo 2017, promovida na tarde do dia 1º de agosto na Esalq – USP, em Piracicaba (SP). A reunião, que é organizada pela Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e apoiada pelo Sindustrigo (Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo), contou com a presença de representantes de diferentes setores da cadeia como sementeiras, produtores, cooperativas, moinhos, governo e institutos de pesquisas.
“A Câmara Setorial de Trigo é fundamental para maior transparência e transmitir com imparcialidade as informações do setor. O trigo é uma commodity que sofre diversas interferências de mercado e nós estamos reunidos aqui para promover a união entre os segmentos, sem atender um elo em específico, mas, sim, o consumidor final, pois temos que atender os seus anseios por meio dos produtos oferecidos”, destaca o presidente da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, Maurício Ghiraldelli.
Dentre os temas debatidos destacou-se a palestra do administrador de empresas Pedro Sampaio, da Gavilon, que apresentou aos participantes da Câmara um panorama do mercado internacional do trigo, detalhando o atual momento da cultura no Brasil e as expectativas e desafios da produção em São Paulo, além de reforçar a influência do câmbio nas transações do setor, principalmente frente ao trigo argentino. “Pensando no mercado de São Paulo, o grande ponto é para onde vai o preço da produção de trigo no estado. Se considerarmos que a Argentina está vindo com uma safra grande e a moeda local desvalorizada em relação ao dólar, podemos entender como um cenário bem baixista. Tendo em vista que ainda há pela frente alguns meses de risco climático, que pode influenciar de alguma forma na produção do trigo, temos um cenário com os preços da Argentina em baixa, que não favorece o valor de venda do trigo paulista”, destaca Pedro.
Os representantes das cooperativas Castrolanda, Holambra e Capão Bonito apresentaram seus panoramas do cenário atual do plantio e colheita em suas regiões de atuação. Como esperado, as três cooperativas confirmaram a expectativa de redução de área plantada em 10% e destacaram a diminuição da quantidade de cultivares, além da seleção de sementes que resulte num trigo que atenda a necessidade da indústria e consumo, trazendo maior liquidez entre os elos. Eles alertaram que o longo período de seca e expectativa de chuva em setembro podem acarretar problemas com a produção e a qualidade do trigo.
Os participantes da reunião puderam conhecer também o case dos irmãos Koenig, que foram considerados campeões de produtividade da safra 2016, em concurso promovido pela Biotrigo&Basf. O produtor Evandro Koenig apresentou os resultados da propriedade, na região de Espumoso (RS), que registrou em uma área de plantio de 200 hectares, com total de 132 sacas de trigo por hectare (inverno), contra a média nacional de 50 sacas.
Novas Variedades – A Biotrigo Genética, empresa nacional de melhoramento de trigo com foco no desenvolvimento de cultivares para as regiões tritícolas, apresentou aos participantes da Câmara duas novas variedades para atender o mercado de panificação e que oferecem maior segurança ao produtor, principalmente em relação a doenças de espiga. “Os materiais apresentados aqui atendem uma demanda antiga de mercado. As variedades, que estarão no mercado a partir de 2019, oferecem boa sanidade e qualidade industrial, além de ajudar o produtor a escalonar a colheita já na hora do plantio. Vai ajudar no gerenciamento da propriedade sem deixar de lado o que o mercado busca hoje, que é qualidade de panificação”, explica o supervisor comercial da Biotrigo, Deodato Matias Junior.
O diretor institucional da ABITRIGO (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), Conrado Mariotti falou na reunião sobre a importância de buscar uma alimentação mais saudável, por meio da união da cadeia do trigo, visando sempre atender as expectativas do consumidor. Ele destacou a necessidade de uma ampla discussão entre os atores envolvidos no que diz respeito ao uso de agroquímicos para juntos traçarem as diretrizes, além da divulgação em breve de uma cartilha de orientação sobre o uso dos agroquímicos direcionado aos produtores produzida pela ABITRIGO.
Ao final do evento, foram apresentados os próximos eventos da cadeia do trigo, com destaque para a “I Corrida Trigo é Saúde”, que será realizada no dia 15 de outubro, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo/SP e o 24º Congresso Internacional da Indústria do Trigo, que será entre os dias 22 e 24 de outubro, em Campinas (SP).
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