Ações para incentivar o controle do greening pautaram primeira reunião do grupo de trabalho de combate à doença
Criar uma ação integrada envolvendo a cadeia produtiva e o poder público para conscientizar a sociedade sobre a importância do controle do greening (huanglongbing/HLB) e mostrar os impactos da doença, que causa perda de frutos, diminui a qualidade da fruta e reduz a produtividade dos pomares. Essa foi a pauta da primeira reunião do Grupo de Trabalho de combate ao greening, realizado na sede da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, na tarde de terça-feira (18), em São Paulo.
Foram discutidas ações para manter a doença sob controle e garantir o diferencial de competitividade da citricultura nacional, por meio de incentivo à pesquisa e transferência de tecnologias de manejo, capacitação do produtor rural, fiscalização de pomares abandonados ou mal manejados e revisão da legislação para ter um controle mais eficiente. Para combater a disseminação do vetor é preciso eliminar todos os focos da doença, inclusive fora dos pomares.
A citricultura é o agronegócio que mais emprega mão de obra humana por hectare. Ao afetar a produtividade dos pomares, o greening compromete a geração de empregos, enfraquece a atividade comercial da região e acarreta uma série de fatores que se refletem na vida de toda a comunidade.
Para o secretário Arnaldo Jardim, o trabalho conjunto é muito importante para a busca por soluções no combate de pragas e doenças. “Este conjunto possibilitará a coordenação e o incentivo de ainda mais pesquisas e o desenvolvimento de ações sanitárias de forma mais integrada para que a informação alcance nosso citricultor. Essa é uma determinação do governador Geraldo Alckmin”, disse.
De acordo com o secretário, o principal foco do trabalho é o controle da doença em áreas sem manejo, na redução das fontes de contaminação e ações de conscientização. “Recentemente, também adotamos o novo sistema de mitigação para o cancro cítrico, um ato até de ousadia do Estado de São Paulo”, contou. A legislação estabelece medidas para a comercialização de frutas in natura, tanto no mercado interno como no mercado internacional.
Para o presidente do Fundecitrus, Lourival Carmo Monaco, o objetivo é único: controlar a doença nos parques citrícolas do País. “Nesse sentido, o poder público e a iniciativa privada precisam trabalhar em sintonia para criar ações eficientes e mudar o comportamento da sociedade, em especial do produtor”.
De acordo com Monaco, existem tecnologias desenvolvidas para o controle do greening que são eficientes, mas é preciso leva-las até o produtor rural. “Hoje, a incidência do HLB no parque citrícola é de 16,73%, o que corresponde a cerca 32 milhões de plantas, porém, nos pomares com até 10 mil pés, que correspondem a cerca de 5,5 mil propriedades, 36,03% plantas estão afetadas pela doença. Então é preciso conscientizar o produtor rural que ele tem um papel fundamental no controle dessa doença”, destacou.
O greening – Considerada uma das piores doenças na citricultura, o greening (huanglongbing/HLB) permanece alto no parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais. De acordo com o levantamento do Fundecitrus 2017, divulgado em junho, a doença contamina 16,73% das plantas do parque, o que representa 32 milhões de árvores doentes.
Na Flórida, nos Estados Unidos, o greening atinge cerca de 90% das plantas. De acordo com o gerente geral do Fundecitrus, Antonio Juliano Ayres, que recentemente voltou de uma visita ao estado norte-americano, é preciso estar em alerta para que esse mesmo erro não aconteça no Brasil. “Os americanos não adotaram as medidas de manejo adequadas quando a incidência do greening era baixa, e hoje, a doença avançou ganhando grande dimensão o que fez a produtividade caísse de 40 para 23 toneladas por hectare”.
O greening foi identificado em 2004 no parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais, principais estados produtores de citros do Brasil. Nesse período, já causou a erradicação de 100 mil hectares e a eliminação de 46 milhões de plantas.
A regiões sul e centro paulista apresentaram maiores incidências da doença, com 32,26% e 24,76%, respectivamente. As regiões mais afetadas são Limeira, com 39,48%, Brotas, com 36,80%, e Porto Ferreira, com 25,48% dos pomares contaminados.
O psilídeo Diaphorina citri é o inseto transmissor da bactéria que causa a doença e ele vive em plantas de citros. As árvores de pomares abandonados, mal manejados e de quintais na área urbana e rural, que não tem o controle do psilideo e a eliminação das doentes, e que são importantes criadouros do psilídeo e da bactéria do greening. Por isso, para controlar o greening é necessário o engajamento do setor público e privado e também a participação da sociedade.
“Unidos contra o greening” – O Fundecitrus lançou uma campanha de incentivo ao controle do greening. O objetivo da ação “Unidos contra o greening” é conscientizar os diferentes elos do setor citrícola e da sociedade.
O objetivo desse trabalho não é simplesmente diminuir as chances de disseminação da doença, e sim ampliar as condições de desenvolvimento de toda a comunidade.
A manutenção da citricultura brasileira no topo do mundo depende da união dos elos do setor citrícola e da sociedade.
GTT – O grupo de trabalho de combate ao greening foi instituído durante aa 39ª Semana da Citricultura, no Centro de Citricultura Sylvio Moreira do Insituto Agronômico (IAC), em Cordeirópolis no dia 5 de junho de 2017.
O grupo envolve profissionais da Secretaria, com a participação do próprio secretário Arnaldo Jardim, Alberto Amorim (Câmaras Setoriais), João Brunelli Júnior (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – Cati), Mário Sérgio Tomazela, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), Marcos Antonio Machado, do Instituto Agronômico (IAC), além de Luis Eduardo Rangel, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luis Carlos Ribeiro, do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Diego Fortes (Associação Brasileira de Citros de Mesa), Lourival Carmo Monaco e Antonio Juliano Ayres (Fundecitrus) e Hamilton Ferreira de Carvalho Rocha (Grupo de Consultores em Citros – Gconci).
Por Paulo Prendes
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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