Índice segue na contramão da balança comercial do país que registrou saldo negativo de US$ 125,3 milhões nesses três primeiros meses

Mesmo com a balança comercial com um saldo negativo de US$ 125,3 milhões, os sinais dos primeiros meses de 2017 mostram um aumento das exportações e a continuidade da redução das importações. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações de lácteos no primeiro trimestre deste ano mostram um desempenho 12,7% melhor que o mesmo período de 2016. Os embarques totalizaram US$ 38,9 milhões, enquanto que de janeiro a março do ano passado foram US$ 34,6 milhões.

Nos três primeiros meses de 2016, os 10 principais compradores foram responsáveis por 86% do total embarcado. Já neste ano, os top 10 respondem por 76%. A Venezuela continua sendo o principal destino, contudo sua participação caiu de 55% do total para 21%.

Outra mudança substancial diz respeito ao principal produto comercializado no mercado externo. Para o período analisado em 2016, embarcou-se mais leite em pó integral (54%), ao passo que neste ano foi o leite condensado (43%). À exceção do grupo do soro, todos os demais têm um desempenho melhor em 2017 em relação ao ano passado, com destaque para os queijos e o leite modificado. Por sinal, o bom desempenho dos queijos, quando comparado aos demais lácteos, já é observado desde o ano passado. Não por acaso, os principais destinos dos queijos brasileiros foram Rússia (US$ 1.125 mil), Chile (US$ 856,4 mil), Argentina (US$ 825,3 mil) e Taiwan (US$ 587,0 mil), correspondendo a 78% do total. “A diversificação de mercados e produtos exportados são metas do setor que deverão ser fortalecidas nos próximos anos. Esperamos que o avanço do projeto Apex neste contexto contribua para este incremento”, destaca Marcelo Martins, diretor executivo da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos).

Desempenho dos queijos nos primeiros trimestres de 2015, 2016 e 2017

Do lado das importações, mesmo havendo um aumento em relação ao início do ano passado, a tendência de queda, observada desde o final de 2016, persiste.

Importações de lácteos (US$ milhões)

Em março as compras no mercado externo somaram quase US$ 52 milhões, enquanto em fevereiro foram US$ 53,5 milhões, e janeiro US$ 58,8 milhões.

No acumulado do ano já são US$ 164 milhões, sendo 68% deste valor proveniente da compra de leite em pó, US$ 111,8 milhões, correspondentes a 35,4 mil toneladas. Somente dos países do Mercosul foram 32,1 mil toneladas, sendo 12,9 mil toneladas da Argentina, 18,8 mil toneladas do Uruguai e 400 toneladas do Paraguai.

Outro grupo de produtos que contribuiu com grande parte das importações foi o de queijos. Nos primeiros meses deste ano foram US$ 33,6 milhões, correspondentes a 7,9 mil toneladas.

  • Sobre a Viva Lácteos
    É a Associação da indústria de lácteos que tem como missão promover o crescimento e a produtividade do setor, permitindo assim melhora do ambiente de negócios, ganhos de produtividade e aumento da competitividade no mercado interno e externo, por meio da promoção às exportações. É composta por fabricantes de produtos lácteos (ALIBRA, AURORA, AVIAÇÃO, CAROLINA, CASTROLANDA, CAPRILAT, CATUPIRY, CCGL, DANONE, DPA, DAVACA, EMBARÉ, FRIMESA, FONTERRA, FRÍSIA, ITALAC, ITAMBÉ, JUSSARA, KERRY, LACTALIS, MOCOCA, NESTLÉ, OUROLAC, PIRACANJUBA, POLENGHI, PORTO ALEGRE, REGINA, SCALA, SCHREIBER, TIROLEZ, VIGOR, VERDE CAMPO E YAKULT) e associações do setor, como a ABIQ (Associação Brasileira da Indústria de Queijo) e a ABLV (Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida).

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